Opinião: O Evangelho segundo Jesus Cristo | José Saramago

Autor: José Saramago
Ano de Publicação Original:
1991
Editora: Porto Editora
Páginas: 448
ISBN: 9789720046826
Formato: E-book
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Sinopse: «O Evangelho segundo Jesus Cristo, dizia, é o romance que gerou mais polémica e é a causa de ter mudado a minha residência de Lisboa para Lanzarote, em Espanha. É um livro que não projetei, porque jamais me havia passado pela cabeça escrever uma vida de Jesus, havendo tantas e sendo tão diferentes as interpretações que dessa vida se fizeram, destrutivas por vezes, ou, pelo contrário, obedecendo às imposições restritivas do dogma e da tradição. Enfim, sobre o filho de José e Maria disse-se de tudo, logo não seria necessário um livro mais, e ainda menos o que viria a escrever um ateu como eu. Simplesmente, o homem põe e a circunstância dispõe e aqui está o que me impeliu a uma tarefa cuja complexidade ainda hoje me assusta.» José Saramago, in A Estátua e a Pedra

Opinião: O Evangelho Segundo Jesus Cristo não será o livro mais aclamado do Nobel Português, mas é, certamente, o mais polémico que escreveu, não só pelo questionamento da história bíblica de Jesus Cristo, mas também pelas consequências que teve na vida do escritor e da sua relação com o país que o viu nascer.

Saramago propõe-se aqui a reinterpretar a vida da figura central da religião mais importante da História da Humanidade. Ateu assumido, o autor foi acusado por representantes da Igreja e de outros católicos de desvirtuar os textos sagrados de forma abusiva e ofensiva, o que seria agravado pela sua condição de não crente. Eu diria que, para escrever este livro, terá sido necessário a Saramago não só um vasto conhecimento da Bíblia, como também reflexões profundas sobre a génese do texto e tudo aquilo que os seus ensinamentos implicam.

O livro tem início no momento da conceção de Jesus e termina com a sua crucificação. A voz narrativa é atual e, por várias vezes, analisa o que está a contar à luz da modernidade; há até uma secção do livro em que fala da própria narração da história, num exercício interessantíssimo de meta-literatura. Os comentários irónicos e mordazes são mais que muitos, o que torna a leitura deliciosa, e tudo é conjugado num texto provocador e desafiante. A humanização da figura histórica de Jesus através, por exemplo, da sua relação com Maria Madalena e o constante questionar das intenções do suposto Deus são os pontos marcantes deste livro, que levam mesmo leitor mais incauto e desinteressado destas matérias a questionar-se, a querer saber mais, a olhar para a História do nosso mundo e para o impacto (muitas vezes negativo) que a religião teve em vários acontecimentos fundamentais da Humanidade.

A minha experiência com este livro foi muito positiva, ainda que a religião não seja propriamente o meu tema de eleição. A minha relação com a Igreja terminou no dia do meu batismo e tenho zero interesse pela vida religiosa, pelo que conheço apenas o básico da história bíblica. A sensação com que fiquei é que teria retirado mais sumo deste livro se conhecesse a história original em maior detalhe, pelo simples facto de que teria facilitado a identificação dos desvios que Saramago fez. Mas nada que tivesse tido um impacto negativo no quanto desfrutei do livro

O Evangelho segundo Jesus Cristo não é um livro que se leia de ânimo leve, para descontrair; é uma leitura desafiante, propícia à reflexão e que, muito provavelmente, trará novas perspetivas após uma releitura. Não foi um livro que tivesse tido impacto em mim ao nível de um Ensaio sobre a Cegueira, mas foi, ainda assim, um enorme prazer voltar a este escritor fantástico, ainda com tantas obras para eu descobrir.

[…] mas este homem, nu, cravado de pés e mãos numa cruz, filho de José e de Maria, Jesus de seu nome, é o único a quem o futuro concederá a honra da maiúscula inicial, os mais nunca passarão de crucificados menores. É ele, finalmente, este para quem apenas olham José de Arimateia e Maria Madalena, este que faz chorar o sol e a lua, este que ainda agora louvou o Bom Ladrão e desprezou o Mau, por não compreender que não há nenhuma diferença entre um e outro, ou, se diferença há, não é essa, pois o Bem e o Mal não existem em si mesmos, cada um deles é somente a ausência do outro.

Classificação: 4/5 – Gostei Bastante

Opinião: Mulheres sem Medo | Marta Breen e Jenny Jordahl

Autor: Marta Breen
Ilustrador: Jenny Jordahl
Título Original: Kvinner i kamp – 150 år med likhet, frihet, søsterskap (2018)
Editora: Bertrand
Páginas: 128
ISBN: 9789722538411
Tradutor: Pedro Porto Fernandes
Origem: Recebido para crítica
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Sinopse: Liberdade, Igualdade, sororidade. Mulheres sem Medo é uma novela gráfica que cobre 150 anos de história do feminismo. São 150 anos de coragem, garra e visão de quem lutou e ainda luta pelos direitos das mulheres à volta do globo. Da luta abolicionista ao movimento #MeToo, passando pela história das sufragistas e do direito ao aborto e à contraceção e pela reivindicação dos direitos LGBTQ e do casamento gay… está (quase) tudo aqui. Atreve-te a ser ouvid@ e a juntar a tua voz às del@s..

Opinião: Apesar de ser um conceito que já vem do século XIX, o feminismo continua nos dias de hoje a ser incompreendido e, infelizmente, necessário. Por esse motivo, é importante que livros sobre o tema continuem a existir.

Mulheres sem Medo traz-nos, em formato ilustrado, uma breve história do feminismo e dos principais marcos desta luta, começando em meados do século XIX, naquela que foi considerada a primeira assembleia da história do movimento das mulheres, nos Estados Unidos da América. A luta foi atravessando décadas e cruzou as suas ambições com várias outras lutas (escravatura, socialismo, homossexualidade), mas continua um tema muito atual nos dias de hoje, como o têm provado movimentos como o #metoo.

Pela sua brevidade, não se poderia esperar que este livro apresentasse uma história aprofundada de todos os acontecimentos e personagens envolvidos nas décadas de luta, mas temos aqui várias personalidades e eventos em destaque que poderão perfeitamente servir de ponto de partida para um aprofundamento da história destas mulheres que, por estarem tão à frente do seu tempo, marcaram a história da Humanidade e deste movimento em particular.

As ilustrações são bastante evocativas, tendo sido escolhida uma cor predominante para cada uma das fases da evolução do feminismo: por exemplo, a secção das sufragistas encontra-se, naturalmente, tingida de vermelho, e a parte dedicada à luta homossexual é-nos apresentada com as várias cores do arco-íris. 

Diria que este é um livro para todas as idades. Para os mais velhos, existem sempre detalhes e acontecimentos desconhecidos; os mais novos têm aqui uma excelente oportunidade para perceberem a evolução do História no que diz respeito à luta pela igualdade, sejam eles raparigas ou rapazes. De modo a percebermos para onde devemos caminhar, nada melhor do que olharmos para trás e vermos por onde o caminho foi desbravado. 

Classificação: 4/5 – Gostei Bastante

Opinião: O Quarto de Giovanni | James Baldwin

Autor: James Baldwin
Título Original:
Giovanni’s Room (1956)
Editora: Alfaguara
Páginas: 192
ISBN: 9789896657611
Tradutor: Valério Romão
Origem: Comprado
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Sinopse: David, um jovem nova-iorquino, vive ao sabor dos dias em Paris, cidade onde procura tomas rédeas da vida enquanto a noiva passa uma temporada em Espanha. Numa noite de farra num bar clandestino, David conhece Giovanni, um barman italiano, luminoso, sedutor, impertinente, e sente-se irremediavelmente atraído. Os dois homens entregam-se a uma relação intensa, confinada ao quarto de Giovanni, com a nuvem do retorno iminente de Hella a pairar sobre os amantes. Um postal anuncia o inevitável: a noiva estará de volta a Paris. O regresso exige que David escolha entre a normalidade de uma vida segura com Hella e a incerteza de um futuro ao lado de Giovanni, todo ele coração, força e instinto. A decisão do americano culminará numa tragédia inimaginável. Impregnada de paixão, arrependimento e desejo, esta é a história de um trágico triângulo amoroso. E uma obra de culto merecido, que questiona a identidade de vários ângulos. Ao publicá-la em 1956, Baldwin quebrou mais do que um tabu: era um escritor negro a escrever sobre o amor entre dois homens brancos. O seu editor aconselhou-o a queimar o manuscrito, mas volvido este tempo O quarto de Giovanni é uma das obras mais célebres de Baldwin.

Opinião: Depois de uma estreia arrebatadora com este autor clássico norte-americano (Se esta rua falasse), tinha naturalmente muita vontade de continuar a explorar a obra de James Baldwin, que felizmente a Alfaguara tem vindo a publicar em Portugal. Optei por prosseguir com este O Quarto de Giovani, um dos seus livros mais reconhecidos.

Esta história decorre na Paris dos anos 50 do século passado, e segue um jovem norte-americano, David, que se encontra na capital francesa em busca de um rumo para a sua vida. À sua instável vida familiar, juntam-se muito problemas de identificação sexual e várias questões de alienação social, muito bem enquadradas na história através da relação de David com Giovanni. Os dois conhecem-se num bar gay e, porque está com falta de dinheiro e se sente imensamente atraído por Giovanni, David aceita ir morar no quarto dele. A relação de ambos é conturbada pela impulsividade e intensidade de Giovani, que se contrapõe à aparente passividade e frieza de David.

Na realidade, desde o início do livro que sabemos que a história dos dois não irá acabar bem, restando ao leitor percorrer as páginas deste livro para perceber o que aconteceu. Contado de forma não linear por David, é através da perspetiva dele – e, quiçá, com o enviesamento da sua visão – que acompanhamos esta história triste e melancólica, que traz reflexões intemporais sobre a forma como lidamos com a nossa identidade e as dificuldades em aceitar quem realmente somos.

A prosa de James Baldwin é, como já esperava, fantástica. Marquei imensas passagens neste livro, frases que achei que mereciam ser lidas e relidas em ocasiões futuras. Mas mentiria se dissesse que este foi um livro que me envolveu em termos emocionais. Não sei se foi propositado da parte do autor, mas sendo a história narrada por uma personagem pouco afável e cativante, a narrativa acaba por assumir esse tom e, provavelmente por isso, acabou por não me encantar. Os problemas de identificação são universais e intemporais, claro, e são temas muito interessantes para se explorar num livro, mas a forma distante e pouco emocional como a personagem os vive – ou como o autor optou por transmiti-los – acabou por evitar que esta fosse uma leitura marcante.

Ainda assim, não posso deixar de recomendar este livro tão bem escrito. Os motivos que me levaram a não apreciá-lo tanto como gostaria são quase exclusivamente pessoais, por isso deixo o convite a que o leiam e que depois me digam se concordam com a minha opinião.

Classificação: 3/5 – Gostei

Opinião: Obsidio | Amie Kaufman e Jay Kristoff

Autores: Amie Kaufman e Jay Kristoff
Ano de Publicação Original:
2018
Série: The Illuminae Files #3
Editora: Oneworld Publications
Páginas: 615
ISBN: 9781780749839
Origem: Comprado

Sinopse: Kady, Ezra, Hanna and Nik narrowly escaped with their lives from the attacks on Heimdall station and now find themselves crammed with 2,000 refugees on the container ship, Mao. With the jump station destroyed and their resources scarce, the only option is to return to Kerenza–but who knows what they’ll find seven months after the invasion? Meanwhile, Kady’s cousin, Asha, survived the initial BeiTech assault and has joined Kerenza’s ragtag underground resistance. When Rhys – an old flame from Asha’s past – reappears on Kerenza, the two find themselves on opposite sides of the conflict. With time running out, a final battle will be waged on land and in space, heroes will fall and hearts will be broken.

Opinião: Depois de ter gostado imenso dos dois primeiros volumes da trilogia “Illuminae files”, Illuminae e Gemina, não consegui esperar muito para pegar no terceiro e último volume, de modo a descobrir como é que esta história iria terminar. Depois da destruição de Heimdall, a única hipótese de fuga para os nossos heróis é voltar à órbita de Kerenza, o planeta invadido no início desta história, e tentar utilizar a única plataforma disponível que lhes permita fugir e denunciar os crimes que se passaram naquela zona do universo.

Ficamos também a saber que os habitantes de Kerenza não foram completamente dizimados, tendo restado alguns que a BeiTech – o grande inimigo – necessita para assegurar algumas funções básicas até que possam retirar do planeta o que vieram buscar e depois ir embora. De entre os que permanecem em Kerenza encontramos Asha, a prima de Kady, que trabalha no hospital e que faz parte da resistência secreta. Mas as coisas vão mudar na vida dela quando Rhys, o ex-namorado, chega ao planeta integrado nos soldados da BeiTech.

Vamos assim acompanhando o desenvolvimento do enredo em dois locais: a bordo da nave espacial Mao, onde se encontram as personagens já nossas conhecidas, e em Kerenza, onde a presença da BeiTech fica cada vez mais feroz. Tudo aponta para o cruzamento destas duas realidades, mas em que contexto irá ocorrer?

A originalidade da apresentação narrativa mantém-se neste terceiro volume, à semelhança do que ocorreu nos anteriores. Este é um aspeto marcante desta trilogia, que quanto a mim a distingue de tudo o que já li até agora. Este terceiro volume, tal como os dois que o precedem, apresenta uma relação entre duas novas personagens, a Asha e o Rhys, que quanto a mim aqui sofrem um pouco pela falta de tempo para desenvolver a história deles e também pelo carisma das personagens que já conhecemos. Ainda assim, penso que os autores conseguem criar personagens com histórias interessantes e a parte do enredo que os acompanha é um bom exemplo da linha ténue que separa os “bons” e os “maus” da fita.

Há vários momentos neste livro que nos deixam de boca aberta, e outros tantos de coração apertado. Uma das coisas que estas histórias fazem de forma excelente é envolver o leitor e fazê-lo preocupar-se com o destino das personagens. Só por isso valeria muito a pena ler esta trilogia, mas isto é elevado a todo um outro patamar pela excelente componente visual que é apresentada ao leitor. Recomendo muito e fico a querer ler mais destes autores!

Classificação: 5/5 – Adorei

Opinião: Gemina | Amie Kaufman e Jay Kristoff

Autores: Amie Kaufman e Jay Kristoff
Ano de Publicação Original:
2016
Série: The Illuminae Files #2
Editora: Oneworld Publications
Páginas: 672
ISBN: 9781780749815
Origem: Comprado

Sinopse: Hanna Donnelly is the station captain’s pampered daughter and Nik Malikov is the reluctant member of a notorious crime family. Together they struggle with the realities of life aboard the galaxy’s most boring space station, blissfully unaware that Kady Grant and the Hypatia are headed right toward Heimdall with news of the Kerenza invasion.

Opinião: Depois de terminar o primeiro volume desta trilogia, Illuminae, confesso que não sabia bem o que esperar da sequela. Bem, pelo menos uma coisa esperava, que era continuar a seguir as duas personagens principais do livro anterior, por isso foi com alguma surpresa que percebi que isso não ia acontecer e que o foco da ação se ia agora centrar noutras personagens.

A começar cronologicamente logo após o final de Illuminae, Gemina leva-nos para Heimdall, uma espécie de estação espacial que permite viajar entre várias estações espalhadas pelo universo através do seu wormhole. É aí que encontramos Hannah Donnely, a filha do capitão de Heimdall, que vive ligeiramente aborrecida, entre as aulas e o seu namorado perfeito. Ao mesmo tempo, conhecemos Nik Malikov e a sua prima Ella, ambos pertencentes a uma família que funciona como uma espécie de máfia em Heimdall, tratando do contrabando da droga mais consumida na estação. As vidas de ambos vão ser abaladas quando Heimdall é invadida por uma equipa de assalto da BeiTech, os responsáveis pela invasão do planeta Kerenza que iniciou os acontecimentos de Illuminae

Mais uma vez, temos um livro estruturado com base em cartas, documentos oficiais e conversas por escrito entre as várias personagens, e é através destes elementos que vamos acompanhando o desenrolar dos acontecimentos. Voltamos a ter composições gráficas interessantíssimas e desta vez também ilustrações da autoria de Marie Lu e que aparecem no contexto do diário de Hannah. Em termos de enredo, achei este segundo volume superior ao primeiro, pelas várias reviravoltas presentes ao longo do livro e que nos deixam muitas vezes em pulgas para saber o que irá acontecer. 

Desta vez senti uma ligação emocional mais forte com as personagens principais e a relação que se vai desenvolvendo entre eles, quando comparado com a minha reação face à história do primeiro livro. Penso que a autora consegue dar a Hannah e Nik, e ao que vai acontecendo entre eles, dimensão e profundidade, o que ajuda muito o leitor a sentir-se investido no desenvolvimento dos acontecimentos que os rodeiam. Desta vez a presença de Aidan, a Inteligência Artificial que tanto me tinha cativado no primeiro volume, não é tão frequente, mas ainda assim gostei muito de o rever e o seu aparecimento é relevante para o desfecho da história.

Dito isto, e ainda a faltar o último volume da trilogia, posso desde já dizer que estou cativada por estas histórias e pela forma original como os autores decidiram contá-las. Vamos ver se o último volume estará à altura dos seus antecessores.

Classificação: 5/5 – Adorei

Novidade Planeta | A Cidade de Vapor, de Carlos Ruiz Zafón

Título: A Cidade de Vapor
Autor: Carlos Ruiz Zafón
Pág.: 224
Data de Lançamento: 17.11.2020
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Sinopse: «Sou capaz de evocar rostos de miúdos do Barrio de la Ribera com que por vezes brincava ou lutava na rua, mas nenhum que me quisesse resgatar do país da indiferença. Nenhum exceto o de Blanca.» Um rapaz decide tornar-se escritor ao descobrir que as suas invenções despertam um pouco mais de interesse por parte da menina rica que lhe roubou o coração. Um arquiteto foge de Constantinopla com os planos de uma biblioteca inexpugnável. Um estranho cavaleiro tenta Cervantes a escrever um livro como nunca existiu. E Gaudí, a caminho de um misterioso encontro em Nova Iorque, deleita-se com a luz e o vapor, a matéria de que deveriam ser feitas as cidades.

Sobre o autor: Carlos Ruiz Zafón (1964-2020) é um dos autores mais lidos e reconhecidos em todo o mundo. Iniciou a sua carreira literária em 1993, com O Príncipe da Neblina (Prémio Edebé), a que se seguem O Palácio da Meia-Noite, As Luzes de Setembro e Marina. Em 2001 é publicado o seu primeiro romance para adultos, A Sombra do Vento, que rapidamente se transforma num fenómeno literário internacional. Com O Jogo do Anjo, em 2008, regressa ao universo de O Cemitério dos Livros Esquecidos, que continua em O Prisioneiro do Céu, em 2012, e que finaliza a tetralogia com O Labirinto dos Espíritos, em 2016. As suas obras foram traduzidas em mais de 50 línguas e conquistaram numerosos prémios e milhões de leitores nos 5 continentes.

Novidade Bertrand | Quem não Arrisca…, de Jeffrey Archer

Título: Quem não Arrisca…
Autor: Jeffrey Archer
Pág.: 336
Data de Lançamento: 06.11.2020
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De um dos autores mais lidos do mundo, foi publicado a 6 de novembro o primeiro volume de uma coleção que promete leituras emocionantes e muito viciantes. Quem não Arrisca…, de Jeffrey Archer, não é uma história de um detetive, mas sim uma história sobre a criação de um detetive.

Personagem nascida na série As Crónicas de Clifton, William Warwick junta-se à Polícia Metropolitana de Londres. Depois de se licenciar, William, sob o olhar atento do seu primeiro mentor, o agente Fred Yates, dá início à carreira até se confrontar com o seu primeiro grande caso como detetive na Brigada de Arte e Antiguidades da Scotland Yard. Enquanto investiga o roubo de uma valiosa pintura de Rembrandt exposta no Museu Fitzmolean, as surpresas sucedem-se: trava conhecimento com Beth Rainsford, assistente de investigação da galeria, pela qual se apaixona irremediavelmente; vê-se confrontado com o colecionador de arte Miles Faulkner e com o seu brilhante advogado, Booth Watson, ambos dispostos a tudo para estarem um passo à sua frente.

Assim se inicia esta nova série que nos apresenta William Warwick, um homem de família e detetive sempre empenhado no combate a inimigos poderosos. Através de reviravoltas, triunfos e tragédias, esta obra mostra que William Warwick está destinado a tornar-se um dos grandes legados de Jeffrey Archer.

Com mais de 250 milhões de exemplares vendidos em 97 países e 37 línguas, Jeffrey Archer é autor de 16 romances, seis coleções de contos, três peças de teatro, três volumes do seu diário da prisão e um evangelho.

Sobre o autor: Jeffrey Archer tem mais de 250 milhões de exemplares vendidos em 97 países e 37 línguas. É autor de 16 romances, seis coleções de contos, três peças de teatro, três volumes do seu diário da prisão e um evangelho. É o único autor que foi número 1 em ficção (15 vezes), contos (quatro vezes) e não ficção (Os Diários da Prisão). Archer é casado com Dame Mary Archer DBE, têm dois filhos e vivem em Londres e Cambridge.

Opinião: Illuminae | Amie Kaufman e Jay Kristoff

Autores: Amie Kaufman e Jay Kristoff
Ano de Publicação Original:
2015
Série: The Illuminae Files #1
Editora: Ember
Páginas: 608
ISBN: 9780553499148
Origem: Comprado

Sinopse: Kady thought breaking up with Ezra was the worst thing she’d ever been through. That was before her planet was invaded. Now, with enemy fire raining down on them, Kady and Ezra are forced to fight their way onto one of the evacuating craft, with an enemy warship in hot pursuit. But the warship could be the least of their problems. A deadly plague has broken out and is mutating, with terrifying results; the fleet’s AI, which should be protecting them, may actually be their biggest threat; and nobody in charge will say what’s really going on. As Kady plunges into a web of data hacking to get to the truth, it’s clear only one person can help her bring it all to light: Ezra. Told through a fascinating dossier of hacked documents—including emails, schematics, military files, IMs, medical reports, interviews, and more—Illuminae is the first book in a heart-stopping, high-octane trilogy about lives interrupted, the price of truth, and the courage of everyday heroes.

Opinião: Desde que a tradução do primeiro volume da série Illuminae foi publicado em Portugal, em 2016, que fiquei interessada. As opiniões positivas são mais que muitas, mas só este ano decidi comprar a trilogia e começar a lê-la – nas edições originais, porque infelizmente em Portugal o segundo e o terceiro volume não chegaram a ser publicados.

O ano é 2575. O planeta onde vivem os adolescentes Kady e Ezra, Kerenza, é atacado, mas os dois conseguem fugir em naves que fazem parte de uma missão de salvamento. Kady fica no Hypatia, enquanto Ezra permanece na maior nave da frota, o Alexander. Muitas são as questões: quem atacou Kerenza e porquê, por que motivo os responsáveis pela frota partilham tão pouca informação com as pessoas que transportam e de onde terá vindo o misterioso vírus que atacou as pessoas que viajam na terceira nave.

Na minha opinião, o grande trunfo deste livro é a forma como está estruturado. A narrativa não decorre de forma linear, como estamos habituados, mas é antes composta por uma compilação de cartas, documentos oficiais e conversas por escrito entre as várias personagens, que nos vão ajudar a compôr o puzzle dos acontecimentos. Mas Illuminae vai muito para além disso: existem composições gráficas extremamente originais e inventivas, que ajudam a elevar a experiência de leitura a todo um outro nível.

O enredo é muito interessante, em particular pelos aspetos mais globais de toda a história – que ficam um pouco em aberto, provavelmente para serem desenvolvidos nos volumes seguintes. Existe obviamente alguma incidência na relação entre as duas personagens principais, Kady e Ezra, e na sua relação conturbada. Confesso que este foi o aspeto que menos me interessou no livro… apesar de não haver nenhum exagero nos dramas existenciais da adolescência, dei por mim várias vezes a pensar que teria gostado mais deste componente se os protagonistas fossem adultos. A minha personagem preferida acabou mesmo por ser o Aidan, a Inteligência Artificial da frota, que adorei pela ambiguidade moral e por toda a influência que tem no desenrolar dos acontecimentos.

Não tendo sido um livro que mudou a minha vida, foi uma leitura muito boa. Quero muito saber o que vai acontecer em seguida, por isso que venham os próximos!

Classificação: 4/5 – Gostei Bastante

Opinião: Às Cegas | Josh Malerman

Autor: Josh Malerman
Título Original:
Bird Box (2014)
Série: Bird Box #1
Editora: TopSeller
Páginas: 304
ISBN: 9789898869746
Tradutor: Rita Figueiredo
Origem: Comprado
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Sinopse: Não abra os olhos. Há algo terrível lá fora. Num mundo pós-apocalítico tenso e aterrorizante que explora a essência do medo, uma mulher, com duas crianças, decide fugir, sonhando com uma vida em segurança. Mas durante a viagem, o perigo está à espreita: basta uma decisão errada e eles morrerão. Cinco anos depois de a epidemia ter começado, os sobreviventes ainda se escondem em abrigos, protegidos atrás de portas trancadas e janelas tapadas. Malorie e os seus filhos conseguiram sobreviver, mas agora que eles têm 4 anos chegou o momento de abandonar o refúgio. Procurar uma vida melhor, em segurança e sem medos. Num barco a remos e de olhos vendados, os três embarcam numa viagem rio acima. Apenas podem confiar no instinto e na audição apurada das crianças para se guiarem. De repente, sentem que são seguidos. Nas margens abandonadas, alguém observa. Será animal, humano ou monstro? Um suspense inquietante que relembra as melhores histórias de Stephen King.

Opinião: No mês de outubro, e por causa da aproximação do Halloween, costumam aparecer vários projetos de leitura relacionados os géneros de horror/terror. Foi por causa do #lêseteatreves, organizado pela A Outra Mafalda que decidi finalmente pegar no livro Às Cegas, que já morava há algum tempo na minha estante e que vinha com boas referências. 

Num tempo semelhante ao nosso, surgiram criaturas misteriosas que levam à loucura as pessoas com quem estabelecem contacto visual, levando-as ao suicídio. Malorie vive numa casa isolada há cerca de 4 anos com os seus dois filhos da mesma idade, e nunca saem à rua sem uma venda. Toda a casa tem cortinas escuras a tapar as janelas e as crianças tiveram um treino extremo no que respeita à audição. No início da história, Malorie decide enfrentar o perigo e abandonar a casa rumo a um destino desconhecido para o leitor, mas onde aparentemente ela e os filhos estariam mais seguros. E assim, com capítulos intercalados entre o presente, na qual vamos acompanhando essa viagem, e o passado, onde é mostrado ao leitor como Malorie chegou à casa onde se encontrava e mais sobre o percurso dela, a história vai prosseguindo com vários mistérios à mistura.

Devo dizer que achei a premissa deste livro muito interessante, e por isso tinha bastantes expectativas acerca deste mundo pós-apocalíptico e do rumo que a história poderia tomar. Depois, esperava sinceramente sentir-me assustada ou aterrorizada ao longo da leitura; como não costumo ler histórias dentro do género, achei que seria mais sensível aos elementos de terror. Mas a verdade é que isso não aconteceu… existem alguns momentos de maior suspense na narrativa e que provocaram ligeiros arrepios, mas nada que me tivesse tirado o sono.

Quando percebi que este livro não me iria propriamente assustar, tive ainda expectativa que o autor conseguisse criar um desenlace à altura, que desse respostas satisfatórias a todas as várias perguntas que assolam o leitor ao longo da história. Nem sequer se trata do facto de este livro ter um final aberto – até acho que funciona muito bem em certas narrativas -, mas o que realmente me desiludiu foi a falta de respostas e o final morno, que me fez pensar “é só isto?“. Bem sei que existe uma continuação, mas o facto de nem sequer estar prevista quando este livro foi escrito, só reforça a minha convicção de que o mesmo deveria bastar por si só.

No final de contas, trata-se de um livro com uma premissa interessante, cuja leitura nunca se torna aborrecida e que entretém, mas que quanto a mim deixa a desejar em termos de final e do desenvolvimento das bases deste mundo inventado. Provavelmente, não irei ler a continuação.

Classificação: 3/5 – Gostei

Novidade Livros do Brasil | Os Pássaros e Outros Contos Macabros, de Daphne du Maurier

Título: Os Pássaros e Outros Contos Macabros
Autor: Daphne du Maurier
Pág.: 312
Data de Lançamento: 08.10.2020
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«Os pássaros dão excelentes vilões. Afinal, foram postos em jaulas, abatidos a tiro e atirados para dentro de fornos, durante séculos. É natural que tivessem de retaliar», sublinha mordazmente Alfred Hitchcock, a quem a célebre história de Daphne du Maurier encantou ao ponto de a transpor das páginas para o grande ecrã. Com Os Pássaros e Outros Contos Macabros, título que não era reeditado em Portugal há 30 anos, a autora clássica do catálogo original da Livros do Brasil volta a ter o merecido lugar de destaque nesta chancela do Grupo Porto Editora. O livro está disponível nas livrarias desde 8 de outubro. A singularidade da escrita de du Maurier confirmou o seu lugar ao lado dos maiores nomes da literatura gótica, como Edgar Allan Poe, Bram Stoker ou Henry James. Na presente edição, há ainda espaço para descobrir outros cinco contos de sua autoria, igualmente inquietantes, escritos entre os anos 50 e 70. «O elemento macabro que percorre muitos dos meus livros foi-se tornando, penso eu, cada vez mais forte com o passar dos anos, especialmente nos meus contos», admite a própria autora no prefácio datado de 1987 e que aqui se reproduz na íntegra.

Sinopse: Certa manhã, Daphne du Maurier observou um homem a trabalhar o campo, enquanto gaivotas sobrevoavam a sua cabeça. Nesse momento, foi-lhe sugerida a imagem que inspiraria a escrita de Os Pássaros: um bando de aves, extremamente esfomeadas e motivadas por um inexplicável fenómeno macabro, ataca a população da Cornualha. Foi esta capacidade de ampliar o lado sombrio de situações quotidianas que tanto fascinou Alfred Hitchcock, impelindo-o a adaptar ao cinema o génio da autora inglesa. A esta história reúnem-se ainda cinco outros contos tenebrosos, onde Veneza, Creta, o lar doméstico, ou um hospital de cidade se tornam palco da tragédia.

Sobre a autora: Nasceu no seio de uma família proeminentemente artística e literária, em Londres, a 13 de maio de 1907. Publicou os seus primeiros trabalhos na revista Bystander, o que resultou num contrato com um agente literário. Em 1931, lançou o romance Apaixonados, o primeiro de mais de duas dezenas que publicaria ao longo da sua carreira. É principalmente reconhecida por duas histórias, Rebecca (1938) e Os Pássaros (1952), ambas adaptadas ao cinema por Alfred Hitchcock. A sua novelística é marcada pela sugestão de elementos sobrenaturais, episódios imbuídos do espírito gótico e raramente com finais felizes. Em 1969, pelo inegável contributo que deu à literatura inglesa, é nomeada dama da Ordem do Império Britânico. Morre em casa, no condado da Cornualha, em 1989.

Novidade Bertrand | Contos de Grimm Para Todas as Idades, de Philip Pullman

Título: Contos de Grimm Para Todas as Idades
Autor: Philip Pullman
Pág.: 392
Data de Lançamento: 09.10.2020
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Os maravilhosos contos de Grimm recontados por Philip Pullman, numa obra que inclui histórias mais populares como ‘Branca de Neve’, ‘Hansel e Gretel’ e ‘Capuchinho Vermelho’, ou outras menos conhecidas como ‘A Madrinha Morte’, ‘As Três Folhas da Serpente’ e ‘A Couve Mágica’. Contos de Grimm Para Todas as Idades chegou às livrarias a 9 de outubro. Esta é uma obra de rainhas maléficas e reis vilões, de príncipes e princesas, de corajosos e trapaceiros. Os Irmãos Grimm marcaram a literatura com histórias repletas de magia. Quem não se assustou com a madrasta malvada capaz de matar a mais bela das donzelas? Ou quem não desejou cruzar-se com animais com poderes mágicos dispostos a salvar quem tem o coração puro? As histórias irresistíveis dos Irmãos Grimm, para leitores de todas as idades, chegam agora pelas mãos do galardoado autor Philip Pullman. Com os personagens míticos que idolatramos, com os princípes valentes e os heróis improváveis, e cuja moral da história guardamos na memória, confiantes de que o bem há-de sempre prevalecer sobre o mal. Nesta obra ficamos a conhecer as cinquenta histórias favoritas de Philip Pullman, que incluem contos da nossa infância e outros menos famosos. Com comentários sobre a sua versão e os contos originais.

Sinopse: Philip Pullman escolheu as suas cinquenta histórias favoritas dos Irmãos Grimm e apresenta-as numa versão claríssima, com a sua voz ímpar e brilhante. Dos contos mais populares, como «Rapunzel», «Branca de Neve» e «Cinderela», a outros menos conhecidos, como «As Três Folhas da Serpente» ou «A Madrinha Morte», Pullman traz o cerne de cada história intemporal para primeiro plano, seguido de um breve mas fascinante comentário. Contos de madrastas perversas, crianças corajosas e reis vilões para ler e reler por muitos anos.
Sou admirador do Philip Pullman desde o início, com a fantasia Galatea, até à esplêndida trilogia Mundos Paralelos. Todos os seus dons, incluindo a eloquência da sua prosa e a sua infinita imaginação altamente romântica, se manifestam nestas maravilhosas versões dos contos de Grimm.” Harold Bloom

Sobre o autor: Philip Pullman nasceu em Norwich, Inglaterra, em 1946. Ainda criança, viveu no seu país, no Zimbabué e na Austrália. Quando tinha onze anos, a família regressou definitivamente a Inglaterra. Frequentou a Faculdade de Exeter, onde descobriu o seu interesse pela literatura do género fantástico. Teve diversas profissões antes de se tornar professor em Oxford. Dedicou-se então à criação literária, começando por escrever textos de teatro e contos. A partir de 1985 passou aos romances, mas foi em 1995 que alcançou o sucesso à escala internacional com a trilogia MUNDOS PARALELOS. Philip Pullman, um dos escritores mais aclamados da atualidade, foi distinguido com vários prémios literários de grande prestígio, incluindo o Carnegie Medal; o Guardian Children’s Book Award; o Whitbread Prize, concedido pela primeira vez a um autor de obras infantojuvenis, e o Memorial Astrid Lindgren Prize, pelo conjunto da sua obra.

Novidade Livros do Brasil | O Longo Vale, de John Steinbeck

Título: O Longo Vale
Autor: John Steinbeck
Pág.: 264
Data de Lançamento: 24.09.2020
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Publicado originalmente em 1938, O Longo Vale reúne uma dúzia de contos que foram dos primeiros escritos por John Steinbeck, todos eles tomando como palco o vale de Salinas da sua infância. A última edição deste título em Portugal, datada de 1973 e há muito esgotada, não abarcava, porém, as quatro partes do conto «O Potro Vermelho», presentes agora nesta nova edição da Livros do Brasil, respeitando assim a estrutura original da obra, fixada nos anos 30. O livro está disponível nas livrarias desde 24 de setembro. Solidão, relações insatisfatórias e sexualidade reprimida emanam destas histórias que, antes de ganharem forma de livro, foram publicadas isoladamente em diversos jornais e revistas. Certas personagens desarmam-nos com a sua ternura e encanto, outras perturbam-nos com a sua impiedade, num conjunto de narrativas que refletem já muitos dos temas alicerce na prosa de Steinbeck: as tensões entre cidade e campo, trabalhadores e patrões, passado e presente.

Sinopse: A aridez da Natureza, os desafortunados que nela buscam uma gota de esperança, a inclemência do destino e dos homens são protagonistas destas narrativas, onde o domínio de forças hostis — naturais e humanas — acabará por fazer brotar os maiores ensinamentos de resiliência e de amor. Incluindo os contos «O Assassínio» e «A Promessa», ambos distinguidos com o Prémio O. Henry, deste volume fazem também parte as histórias de «O Potro Vermelho», centradas no jovem Jody Tiflin e nas aventuras que o ajudarão a crescer.

Sobre o autor: Nasceu em Salinas, na Califórnia, em 1902, numa família de parcos haveres. Chegou a frequentar a Universidade de Stanford, sem concluir nenhuma licenciatura. Em 1925 foi para Nova Iorque, onde tentou uma carreira de escritor, cedo regressando à Califórnia sem ter obtido qualquer sucesso. Alcançou o seu primeiro êxito em 1935, com O Milagre de São Francisco (Tortilla Flat na edição original), confirmado depois, em 1937, com a novela Ratos e Homens. A sua ficção está marcada por uma imensa preocupação com os problemas dos trabalhadores rurais e também por um grande fascínio para com a terra. Em 1939, publicaria aquela que, por muitos, é considerada a sua obra-prima, As Vinhas da Ira. Entre os seus livros, destacam-se ainda os romances A Leste do Paraíso (1952) e O Inverno do Nosso Descontentamento (1961), bem como Viagens com o Charley (1962), em que relata uma viagem de três meses por quarenta estados norte-americanos. Recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1962. Faleceu em Nova Iorque, a 20 de dezembro de 1968.

Novidade Porto Editora | Terra Alta, de Javier Cercas

Título: Terra Alta
Autores: Javier Cercas
Pág.: 296
Data de Lançamento: 01.10.2020
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Com uma narrativa intensa e repleta de personagens memoráveis, Terra Alta é uma reflexão lúcida sobre a possibilidade de se fazer justiça e a legitimidade da vingança. Mas, mais do que tudo, é a epopeia de um homem em busca do seu lugar no mundo. Neste novo romance de Javier Cercas, um crime terrível abala a pacata comarca que lhe serve de título: os donos da sua maior empresa aparecem barbaramente assassinados. Quem toma conta do caso é Melchor Marín, jovem polícia e leitor voraz que chegou de Barcelona quatro anos antes. Sobre os ombros carrega um passado obscuro que o converteu numa lenda junto das forças policiais, mas que ele acredita ter enterrado sob uma vida feliz como marido da bibliotecária da povoação e pai de uma menina chamada Cosette, tal como a filha de Jean Valjean, o protagonista d’ Os Miseráveis, o seu livro preferido.

Sobre o autor: Javier Cercas nasceu em Ibahernando, Cáceres, em 1962. Os seus livros foram traduzidos para mais de trinta línguas e obtiveram diversos prémios, de que destacamos: Prémio Nacional de Literatura, Prémio Cidade de Barcelona, Prémio Salambó, Prémio da Crítica do Chile, Prémio Llibreter, Prémio Qué Leer, Prémio Grinzane Cavour, Prémio The Independent Foreign Fiction, Prémio Arcebispo Juan de San Clemente, Prémio Cálamo, Prémio Mondello, Prémio Internacional Terenci Moix e The European Athens Prize for Literature. Em 2011, foi-lhe atribuído o Prémio Internacional do Salão do Livro de Turim pelo conjunto da sua obra. Foram publicados em Portugal os seus livros Soldados de Salamina, O Monarca das Sombras, Anatomia de um Instante, A Velocidade da Luz, O Inquilino, As Leis da Fronteira (vencedor do Prémio Literário Casino da Póvoa / Correntes d’Escritas 2016) e O Impostor.

Novidade Suma de Letras | António Variações – Uma Biografia (ilustrada), de Bruno Horta e Helena Soares

Título: António Variações – Uma Biografia
Autores: Bruno Horta e Helena Soares
Pág.: 152
Data de Lançamento: 22.09.2020
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Sinopse: “Viveu sozinho, à sua maneira, muito incompreendido, se é que ele próprio se compreendeu. Exigente e dono da razão, exótico, louco, apontado, foi até ao fim o mesmo miúdo que chegou a Lisboa sem nada, que falava baixinho e tinha vergonha e por isso desejou tantas vezes regressar à origem: “Adeus que me embora vou/ Vou daqui prà minha terra/ Que eu desta terra não sou”.” Diz-se que António Variações era um artista à frente do seu tempo. Que era talvez demasiado moderno para um Portugal ainda tão cinzento e conservador, um país cujas aldeias perdidas no interior tinham parado no tempo e não tinham espaço para espíritos inquietos como o de António Joaquim Rodrigues Ribeiro. Variações, que assim decidiu chamar-se, fez-se sozinho. E quando conseguiu aquilo que sempre sonhou, quando todos na rua o cumprimentavam, quando a sua música explodiu nas rádios, morreu. Demasiado cedo, dizemos todos. Mas mesmo com pouco tempo de vida e música, deixou-nos a todos um legado único e extraordinário que ainda hoje inspira tantos músicos e artistas portugueses. Este livro é resultado dessa inspiração e também uma homenagem a um homem que nos deu tudo o que tinha para dar.

Sobre os autores: Helena Soares nasceu em 1991, em Viana do Castelo. É licenciada em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e tem mestrado na mesma área, pela Escola Superior de Artes e Design (Matosinhos). Fez Erasmus em Madrid e, mais tarde, viajou para Barcelona onde iniciou o seu percurso profissional num estúdio de design. A viagem continuou em Lisboa e, entretanto, o seu trabalho tem marcado presença em diversos projetos, exposições e/ou publicações nacionais e internacionais, desde Buenos Aires, Los Angeles e Nova Iorque, até Austrália, República Dominicana, China e Coreia do Sul.

Bruno Horta nasceu em 1981, é jornalista e tem publicado em diversos órgãos de comunicação social: Focus, Público, Diário de Notícias e Observador entre outros. Foi editor da revista Time Out Lisboa e é autor da peça de teatro “Dadores e Tomadores: Os Novos Comedores de Iogurtes” (2009) e do livro de entrevistas “Uma Década Queer” (2015).

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