Autor: Bill Bryson
Título Original: The Body. A Guide for Occupants (2019)
Editora: Bertrand
Páginas: 536
ISBN: 9789722537919
Tradutor: Elsa T. S. Vieira
Origem: Comprado
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Opinião: Os livros que tinha lido de Bill Bryson até agora – Breve História de Quase Tudo e Em Casa – foram duas leituras muito interessantes, em que aprendi imenso. Fiquei desde então com vontade de ler mais da sua obra e aproveitei este lançamento recente para satisfazer esse desejo. Desta vez, Bill Bryson propõe-se percorrer o corpo humano, por todas as suas diversas e variadas partes, e levar o leitor a conhecer mais sobre a forma como funcionamos e o verdadeiro milagre que é a nossa existência.
O Corpo – Um Guia para Ocupantes é um livro para curiosos. Em cada capítulo, Bill Bryson ocupa-se de um dos nossos sistemas ou órgãos, fala um pouco sobre a história da evolução do conhecimento sobre o mesmo, enquanto vai apresentando exemplos e factos pouco conhecidos sobre o tema em causa. Isto faz com que a leitura nunca se torne enfadonha, apesar de alguns termos técnicos desconhecidos do comum dos mortais. O autor volta aqui a conseguir um excelente equilíbrio entre factos e a componente de entretenimento, de tal forma que chega a parecer que é simples fazê-lo.
Li este livro antes de termos entrado todos em quarentena, mas quando a COVID-19 já era uma realidade bem presente. No Capítulo 20 – Quando as Coisas Correm Mal: Doenças, Bill Bryson fala sobre epidemias passadas e refere (pág. 397): “Uma doença pode ou não tornar-se uma epidemia, e isso depende de quatro fatores: o quão letal é, a sua capacidade de encontrar novas vítimas, a facilidade ou dificuldade de a conter e a suscetibilidade a vacinas. […] Um vírus bem sucedido é aquele que não mata demasiado bem e consegue circular com um grande raio de alcance“. Mais à frente, falando sobre o ébola (pág. 398): “Em várias ocasiões, graças a viagens aéreas, conseguiu escapar para outros países, mas felizmente foi contido em todos esses casos. É possível que não tenhamos sempre tanta sorte. […] É espantoso, na verdade, que não aconteçam coisas más com maior frequência. Segundo uma estimativa mencionada por Ed Yong no Atlantic, o número de vírus em aves e mamíferos com potencial para atravessar a barreira das espécies e infetar os humanos pode ser na ordem dos 800.000. É muito perigo potencial.“.
Sinto-me sempre mais rica quando leio os livros deste autor, e esta leitura reforçou o quanto gosto de não ficção. Bill Bryson escreve livros informativos, que se lêem quase como ficção pela fluidez e humor que neles inclui, sem nunca descurar o seu verdadeiro objetivo que é aumentar o conhecimento do leitor sobre o que o rodeia – ou, neste caso, sobre o que tem dentro de si. Gostei muito e recomendo.
Classificação: 4/5 – Gostei Bastante