Autor: Agatha Christie
Título Original: Murder in Mesopotamia (1936)
Editora: RBA Coleccionables
Páginas: 237
ISBN: 9788447359080
Tradutor: Arminda Pereira
Origem: Comprado
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Opinião: Ao fim de 20 livros lidos da Rainha do Crime, posso afirmar com toda a certeza que regressar aos livros dela é sempre garantia de umas horas bem passadas, quase como reencontrar velhos amigos ao fim de algum tempo sem os ver. É sempre assim que me sinto ao regressar às aventuras de Poirot ou Miss Marple e das incríveis situações que Agatha Christie sempre apresenta aos seus leitores.
Desta vez, o cenário é a Mesopotâmia, que corresponde basicamente ao Iraque e ao Kuwait e às regiões circundantes dos rios Tigre e Eufrates. Agatha Christie valeu-se certamente da sua experiência pessoal em expedições arqueológicas na zona para criar todo o ambiente que serve de base ao enredo: a enfermeira Leatheran é contratada pelo coordenador de uma dessas expedições para tomar conta da sua mulher, que aparentemente sofre de mania da perseguição e está convencida que a sua vida corre perigo. Como seria de supor, afinal Mrs. Leidner não estava alucinada, e acaba por aparecer morta em circunstâncias muito estranhas.
Ao estilo clássico da autora, todos os membros da expedição são suspeitos: desde o padre ao fotógrafo, passando pelo médico. Hercule Poirot encontrava-se, casualmente, no país, e a polícia local acha que a peculiaridade do crime pode beneficiar das capacidades dedutivas do detetive belga. Infelizmente, isto só acontece quase a meio do livro, e confesso que senti falta da sua presença. Todo o enredo vai avançando e beneficiando da incrível capacidade que Agatha Christie tem para explorar relações e o pior do ser humano. Normalmente, consigo abstrair-me dos horrores que se vão passando nas páginas, mas desta vez houve pelo menos uma cena em que fiquei verdadeiramente arrepiada.
O final é também o clássico em que Poirot junta todos os suspeitos e fala sobre as suas deduções, e é claro que consegue descobrir o verdadeiro culpado. Toda esta secção final é deliciosa, um verdadeiro prato gourmet para os fãs destes policiais clássicos. No final, adorei o piscar de olhos aos fãs da autora, quando é dito que posteriormente o detetive belga viajou no Expresso do Oriente e encontrou outro caso para resolver. É bom saber que ainda me restam vários livros de Agatha Christie para ler, porque é sempre um prazer garantido regressar aos seus livros.
Classificação: 4/5 – Gostei Bastante