Autor: Amy Harmon
Título Original: What the Wind Knows (2019)
Editora: TopSeller
Páginas: 416
ISBN: 9789896686598
Tradutor: Fernanda Semedo
Origem: Comprado
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Opinião: Parti para este livro sabendo muito pouco sobre a história, apenas guiada por algumas vozes em que confio, que o tinham elogiado bastante. E que bom é partir para um livro com poucas expectativas e ser surpreendida como eu fui neste caso.
Depois de ter ficado órfã muito cedo e de ter sido criada pelo avô, Anne Gallagher é agora uma escritora de sucesso. Eoin sempre lhe falou do seu país Natal, a Irlanda, mas Anne nunca lá tinha ido; quando na fase terminal da sua vida Eoin lhe pede para levar as suas cinzas para a Irlanda e as deitar num lago perto da casa onde tinha sido criado, Anne não consegue imaginar como esta viagem vai alterar a sua vida. Não há como falar sobre a história deste livro sem referir a componente das viagens no tempo, porque boa parte do enredo gira em torno da declaração e reconhecimento da independência da Irlanda, entre 1916 e 1922, época para a qual a personagem principal é inadvertidamente transportada.
Não sabia praticamente nada sobre a história da independência da Irlanda, e por isso este livro foi um manancial de informação, através da participação direta no enredo de algumas figuras históricas, como Michael Collins, ou das entradas no diário de Thomas Smith, uma personagem ficcional que a autora colocou a ter uma participação importante nos eventos históricos. Mas mais do que esta componente histórica muito interessante, e que nunca se torna maçadora, o que me cativou por completo neste livro foi a forma subtil e emocionante como a autora desenvolveu a história entre Anne e Thomas. Não posso deixar de referir que adorei a escrita de Amy Harmon; é notável a sua capacidade para descrever emoções sem parecer demasiado lamechas ou óbvia.
A adaptação de Anne a uma época e país completamente diferentes daqueles em que nasceu e cresceu é um claro ponto de interesse do enredo, bem como o seu conhecimento antecipado acerca de marcos históricos importantes e o impacto desse conhecimento no desenrolar da história. Julgo que a autora foi inteligente ao não complicar em demasia a questão da viagem no tempo e das suas implicações, apesar de ter detetado, aqui e ali, alguns pontos que talvez tivessem ganho com uma explicação mais coerente.
O Que Sabe o Vento é um livro que contém em si as doses certas de romance e História, com uma pitadinha muito bem-vinda de ficção científica. Foi uma das minhas melhores leituras dos últimos tempos e deixou-me com a certeza que não demorarei muito a ler o outro livro da autora publicado em Portugal, Procura-me Quando a Guerra Acabar.
Classificação: 5/5 – Adorei