Autor: Taylor Jenkins Reid
Ano de Publicação: 2017
Formato: Audiobook (12h10m)
Narradores: Alma Cuervo, Julia Whelan e Robin Miles
Origem: Comprado
Opinião: O grande entusiasmo em torno deste livro (e do mais recente da autora, Daisy Jones and the Six) fizeram com que a minha curiosidade aumentasse bastante e me tivesse decidido a lê-lo em formato audiobook, para acompanhar as minhas tarefas domésticas.
No início do livro, a jovem jornalista Monique Grant é contactada para fazer uma entrevista à lendária atriz Evelyn Hugo, diva da época de ouro do cinema, e que nos últimos anos tinha decidido viver uma vida longe dos holofotes. O facto de Evelyn querer ser especificamente entrevistada por Monique, quando esta ainda teria muito a mostrar como jornalista, é um elemento de mistério que permanece ao longo de todo o livro e um dos grandes motivos de interesse da história. Os restantes são, obviamente, conhecer a vida e os sete casamentos de Evelyn e todas as voltas e reviravoltas que a atriz conheceu ao longo da sua atribulada vida.
Um ponto a favor deste livro é a caracterização da personagem principal. Evelyn não é propriamente uma pessoa adorável, longe disso; muitas das coisas que faz são moralmente questionáveis e em vários momentos a sua imaturidade é exasperante. Mas, apesar disso, o leitor não a consegue odiar porque muito do que ela é resulta da época e do ambiente em que viveu. Não é fácil colocar Evelyn numa caixa, e este é talvez o maior elogio que posso fazer ao desenvolvimento da personagem. Outro aspeto que me agradou bastante neste livro foi a recriação da época dourada de Hollywood. Não sou especialista no cinema da altura, mas penso que Taylor Jenkins Reid consegue evocar o glamour que sempre lhe associamos, tornando assim a sua história mais verosímil.
Contudo, houve outras tantas coisas que evitaram que eu tivesse apreciado este livro como gostaria e como a maioria dos leitores apreciou. Em primeiro lugar, a determinada altura perdi a paciência para tanto drama, em especial no que toca ao principal relacionamento de Evelyn. Cansei-me das brigas e dos desentendimentos, que às tantas me fizeram lembrar as telenovelas mexicanas. Mesmo dando o desconto da situação que Evelyn vivia com a pessoa que amava, achei exagerado. Depois, não fiquei fã da escrita de Taylor Jenkins Reid; achei-a demasiado simples e com clichés em excesso. Fiquei com a sensação que, nas mãos de um escritor mais hábil, este livro teria sido uma verdadeira pérola.
Eu compreendo o encanto que os leitores têm sentido em relação a este livro, porque tem vários ingredientes que agradam a boa parte dos leitores. Não foi uma má leitura e foi até agradável a espaços, mas definitivamente não foi livro que me tivesse enchido as medidas. Ainda assim, sou capaz de dar uma oportunidade a Daisy Jones and the Six. Depois volto para vos contar como foi.
Classificação: 3/5 – Gostei