Opinião: O Suspeito | Fiona Barton

Autor: Fiona Barton
Título Original:
The Suspect (2019)
Editora: Planeta
Páginas: 376
ISBN: 9789722533799
Tradutor: Victor Antunes
Origem: Comprado
Comprar: Wook | Bertrand (links afiliados)

Sinopse: Quando duas jovens de dezoito anos desaparecem durante as suas férias de ano sabático na Tailândia, as famílias são lançadas para a ribalta internacional: desesperadas, tomadas de angústia e presas de uma inquietação frenética. O que andavam as raparigas a fazer antes de terem desaparecido? A jornalista Kate Waters faz sempre tudo o que pode para ser a primeira a chegar a uma história, a primeira a obter o exclusivo, a primeira a descobrir a verdade, e esta vez não constitui excepção. Contudo, não consegue deixar de pensar no seu próprio filho, que não vê há dois anos, desde que saiu de casa para viajar. Desta vez o caso é pessoal. À medida que o caso das raparigas desaparecidas se vai desenrolando, percebe-se que, mesmo a tão grande distância, o perigo pode ocultar-se mais próximo de casa do que se poderia imaginar…

Opinião: Li o livro de estreia de Fiona Barton, A Viúva, há 3 anos e apesar de não ter sido dos meus thrillers preferidos, deixou-me suficientemente intrigada para querer ler mais coisas escritas por ela. O Suspeito é o seu livro mais recente, terceiro na série iniciada com A Viúva, com pelo menos uma personagem em comum mas com um caso completamente independente.

Alex e Rosie terminam a escola secundária e decidem tirar férias sozinhas na Tailândia. Quando este livro se inicia, os pais de Alex estão preocupados com a falta de contacto da filha e da amiga, tendo em conta uma informação importante que Alex esperava em Inglaterra, e por isso decidem contactar a polícia local. Em pleno verão, o inspetor Bob Sparkes considera ser boa ideia contactar a sua amiga jornalista Kate Waters para lhe pedir ajuda no caso, por achar que toda a divulgação acerca do desaparecimento das duas raparigas seria positivo. Mas este não é o único ponto de ligação de Kate ao caso, uma vez que o seu filho Jake, que não vê há cerca de dois anos e que também está na Tailândia, parece ter alguma relação com o desaparecimento das raparigas.

A alternância de pontos de vista das várias personagens principais nesta história dá-lhe dimensão, porque permite que o leitor vá conhecendo o desenrolar da história de várias perspetivas, naturalmente influenciadas – e até que ponto verdadeiras? – pela relação de determinada personagem com o que se está a passar.

Por várias vezes, achei este livro bastante perturbador. Houve qualquer coisa na forma como a autora vai descrevendo os horrores que se passaram na Tailândia que me incomodou – penso que foi principalmente pela angústia da impotência de um pai ou de uma mãe perante todas as coisas más que podem acontecer a um filho seu, e que estão fora do alcance de qualquer coisa que pudessem fazer. 

Em nenhum momento achei este livro arrastado ou aborrecido apesar das suas 464 páginas, bem pelo contrário. Foi uma leitura viciante e ao mesmo tempo aterradora, com um final surpreendente e que teve o condão de me pôr verdadeiramente a pensar sobre a resposta a esta pergunta: há limites morais ou de outra natureza para o que uma mãe pode fazer pelo seu filho? Fica a questão e a certeza que quero ler mais obras desta autora. Recomendo!

Classificação: 4/5 – Gostei Bastante

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Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.