Autor: Mads Peder Nordbo
Título Original: Pigen uden hud (2017)
Editora: Planeta
Série: Greenland #1
Páginas: 368
ISBN: 9789897771392
Tradutor: Jorge Pereirinha Pires
Origem: Recebido para crítica
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Opinião: Pelo que me lembro, A Rapariga sem Pele é o primeiro livro que leio decorrido na Gronelândia. Só isso bastaria para despertar o meu interesse, uma vez que se trata de um país de que conheço muito pouco e, mesmo sabendo a Gronelândia em si não assumiria o papel principal, imaginei que fosse possível conhecer um pouco do país e dos hábitos das suas gentes, e assim foi.
No início do livro, é encontrado um homem dentro de uma calota glaciar perto de Nuuk (capital da Gronelândia) e tudo aponta para que seja a múmia de um escandinavo, com elevado valor histórico. O jornalista Matthew Cave, que foge de um passado traumático na Dinamarca, é encarregado de cobrir a história. Mas, no dia seguinte, a múmia desapareceu do sítio onde fora encontrada e o polícia que tinha ficado a guardá-la é descoberto morto, sem pele, num crime em tudo semelhante a uma série de assassínios que haviam ocorrido na zona na década de 1970.
Como seria de esperar, Matthew sente-se bastante interessado neste caso e na sua eventual ligação aos crimes do passado, e consegue ter acesso ao diário de um polícia da época, que vai permitindo acompanhar os desenvolvimentos desses crimes e, possivelmente, descobrir pontos de ligação com os acontecimentos presentes. As duas linhas temporais vão alternando entre elas, rumo à revelação final, sem esquecer a introdução de uma personagem feminina bastante misteriosa, a fazer lembrar muito a Lisbeth Salander, que torna o desenvolvimento da ação mais interessante – pena não aparecer mais vezes e ser mais bem desenvolvida.
Comecei esta leitura com bastante entusiasmo, mas tenho de confessar que o entusiasmo se foi perdendo pelo caminho. Penso que o principal motivo foi a proliferação de personagens e situações que tornam a narrativa um pouco difícil de seguir. Muitas coisas se misturam aqui, desde abusos a crianças a jogos de poder, o que deixa a sensação de que se quis abordar vários temas mas, no final, nenhum foi explorado convenientemente.
Ainda assim, fica a sensação positiva de duas personagens principais muito interessantes, com passados complexos e que lhes dão dimensão, e um cenário – a Gronelândia – que gostei muito de conhecer, tendo este livro sido o ponto de partida para várias pesquisas que entretanto fiz acerca do país. Fica a curiosidade por conhecer a próxima aventura de Matthew e Tupaarnaq.
Classificação: 3/5 – Gostei