Autor: Søren Sveistrup
Título Original: Kastanjemanden (2018)
Editora: Suma de Letras
Páginas: 450
ISBN: 9789896657390
Tradutor: Rita Figueiredo
Origem: Recebido para crítica
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Opinião: Depois de uma campanha de marketing bastante original a anteceder o lançamento deste livro, tive a sorte de poder começar a lê-lo ainda antes da sua chegada às livrarias e matar a curiosidade acerca de uma história que prometia bastante, não só pela sua sinopse, mas também pelas excelentes opiniões de outros leitores que fui lendo por aí. Søren Sveistrup, o seu autor, foi o escritor da famosa série televisiva The Killing, que deu origem a novelizações que já li e de que gostei bastante.
O Homem das Castanhas é um policial nórdico que tem como ponto de partida uma série de crimes, em que as vítimas, aparentemente sem ligação entre elas, são encontradas num cenário em que aparece um boneco de castanhas, tradicionalmente feito por crianças na época outonal. Uma das detetives destacada para a investigação, Naia Thulin, está de saída da equipa com vista a um emprego na secção de informática da polícia, mas antes terá de resolver este caso com um novo colega, Mark Hess, acabado de vir da Europol depois de um processo disciplinar de natureza desconhecida. Durante a investigação destes casos, aparecem evidências que os ligam ao caso de homicídio da filha de uma ministra dinamarquesa e que, cerca de um ano antes do início do enredo, tinha sido dado como encerrado, com a prisão do respetivo culpado. Ou será que o caso ficou mal resolvido?
Este é um livro que, para além do foco na componente policial, aborda também temas políticos e sociais – nomeadamente, a institucionalização e atribuição de crianças a outras famílias que não a biológica. Achei este aspeto muito interessante, porque, ao levar o leitor para outras esferas, acaba por dar ao livro e à história maior densidade e credibilidade. Outra coisa que me agradou bastante foi o desenvolvimento das personagens, em especial de Thulin e Hess, em especial este último. A desconfiança inicial entre eles acaba por dar lugar a uma colaboração próxima, que nunca parece forçada.
Quando leio um policial/thriller, a principal expectativa é que seja um livro viciante, com reviravoltas, casos interessantes e personagens bem desenvolvidas. Foi isso mesmo que encontrei neste livro: praticamente nunca se torna previsível, tem personagens com as quais o leitor facilmente cria empatia (gostei especialmente de Hess) e a resolução do caso, ainda que no final pareça render-se a alguns clichés do género, é muito satisfatória. Numa entrevista recente, o autor revela que estará a trabalhar numa sequela deste livro; só posso desejar que chegue o mais depressa possível!
Classificação: 4/5 – Gostei Bastante