Opinião: O Homem de Giz | C.J. Tudor

Autor: C.J. Tudor
Título Original:
 The Chalk Man (2018)
Editora: Planeta Manuscrito
Páginas: 320
ISBN: 9789896579937
Tradutor: Victor Antunes
Origem: Comprado
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Sinopse: Toda a gente tem segredos…
Tudo aconteceu há trinta anos, e Eddie convenceu-se de que o passado tinha ficado para trás. Até ao dia em que recebeu uma carta que continha apenas duas coisas: um pedaço de giz e o desenho de uma figura em traços rígidos. À medida que a história se vai repetindo, Eddie vai percebendo que o jogo nunca terminou.
Um mistério em torno de um jogo de infância que enveredou por um caminho perigoso.
Um livro diferente dentro do género thriller, uma vez que combina o psicológico com um toque de Stephen King e umas pinceladas de Irvine Welsh.

Opinião: Livro de estreia da autora britânica C.J. Tudor, O Homem de Giz foi uma obra muito bem falada e publicitada pela editora aquando do seu lançamento há cerca de um ano, fazendo com que a minha curiosidade crescesse bastante. Deixei passar um pouco todo este entusiasmo e decidi então entrar nesta história e descobrir se, de facto, os seus apregoados méritos se confirmavam.

O Homem de Giz decorre em duas linhas temporais distintas, 1986 e 2016, focando-se num grupo de amigos pré-adolescentes que vive alguns acontecimentos trágicos na localidade relativamente pequena onde residem, que parecem ter alguma relação com as marcas de giz que usam como uma espécie de código secreto e que começam a aparecer de forma misteriosa em forma de homens de giz, desenhados por alguém fora do grupo de amigos.

Trinta anos mais tarde, voltamos à pequena localidade onde os cinco amigos cresceram e em que três deles ainda permanecem, mas vários mistérios e segredos que ficaram por resolver no passado ameaçam voltam à superfície. É pela voz de Eddie, um dos amigos, que ficamos a par dos acontecimentos de 1986 e vamos descobrindo o impacto que tiveram na vida de cada um deles. O facto de termos uma narração na primeira pessoa, tanto no presente como no passado, de apenas uma das personagens do enredo fez-me desconfiar, desde muito cedo, de que poderíamos estar na presença de um narrador não totalmente fiável – um artifício narrativo que tem vindo a ser bastante utilizado nos thrillers, como quem lê muito dentro deste género deverá saber.

E foi precisamente por estar perante uma estrutura narrativa e um desenlace que não trazem propriamente nada de novo ao género que O Homem de Giz acabou por não ir de encontro às minhas expectativas. Não é que seja um mau livro, longe disso: como estreia diria que é até bastante bom e para quem não esteja muito habituado a ler thrillers poderá ser uma excelente porta de entrada. Para além disso, tem um narrador muito bem desenvolvido em termos psicológicos, tornando-se uma personagem ambígua, com facetas mais obscuras, que o ajudam a tornar-se mais real aos olhos do leitor. Mas, pessoalmente, espero de um thriller que me surpreenda e que me enrede na sua teia, não me deixando sair enquanto a história não ficar resolvida. Infelizmente, não foi isso que me aconteceu com O Homem de Giz. Ainda assim, penso dar mais uma oportunidade à autora num livro futuro, para avaliar a sua evolução. 

Classificação: 3/5 – Gostei

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Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.