Opinião: Sr. Mercedes | Stephen King

Autor: Stephen King
Título Original:
 Mr. Mercedes (2014)
Série: Bill Hodges #1
Editora: Bertrand
Páginas: 472
ISBN: 9789722530477
Tradutor: Ana Lourenço e Maria João Lourenço
Origem: Recebido para crítica
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Sinopse: Numa madrugada gelada, uma fila de desempregados desesperados vai crescendo para conseguir lugar numa feira de emprego. Inesperadamente, um condutor solitário avança sobre a multidão num Mercedes roubado, atropelando os inocentes; depois recua e torna a avançar. Oito pessoas são mortas, quinze ficam feridas. O assassino foge. Meses mais tarde, noutro lugar da mesma cidade, um polícia reformado chamado Bill Hodges continua perturbado pelo crime que ficou por resolver. Quando recebe uma carta demente de alguém que se autodenomina «O Assassino do Mercedes» e ameaça um ataque ainda mais diabólico, Hodges desperta da sua reforma deprimente e decide a todo o custo evitar uma nova tragédia. Brady Hartsfield vive com a mãe alcoólica na casa onde nasceu. Adorou aquela sensação de morte ao volante do Mercedes, e quer sentir aquilo de novo. Só Bill Hodges, com os seus dois novos (e improváveis) aliados, pode deter o assassino antes que ataque de novo. E não têm tempo a perder, porque a próxima missão de Brady, se for bem-sucedida, irá chacinar milhares de pessoas. Sr. Mercedes é uma luta épica entre o bem e o mal, e a exploração da mente de um assassino obsessivo .

Opinião: A minha primeira experiência com Stephen King não foi propriamente memorável. Desde então, ficou a vontade de voltar ao autor num outro registo, mas os anos passaram e a vontade foi sendo adiada, até que a editora Bertrand me propôs ler Sr. Mercedes, no âmbito da promoção da série televisiva que está a passar no canal AXN Now. 

Sr. Mercedes inicia-se com um atropelamento a várias pessoas que aguardavam numa fila para uma feira de emprego; o assassino conduzia um Mercedes roubado e conseguiu fugir sem deixar rasto, ficando por isso conhecido por “Sr. Mercedes”. Vários meses depois desse acontecimento, um dos detetives encarregados da investigação do caso, Bill Hodges, já está reformado, mas continua a remoer no facto de não terem conseguido apanhar o culpado; para além disso, está a aceitar muito mal a inatividade da reforma, tendo mesmo contemplado a hipótese de acabar com a própria vida. Até que o Sr. Mercedes decide escrever uma carta ao ex-detetive, uma espécide de provocação por não ter conseguido apanhá-lo e, ao mesmo tempo, um atestado de incompetência a Hodges. 

É então que Bill decide continuar a investigação por conta própria, tendo essa decisão consequências inesperadas, tanto pela positiva como pela negativa. O jogo do gato e do rato entre Bill e Brady, o assassino, é um dos pontos altos deste livro e foi uma das coisas que tornou a minha leitura mais viciante. Desde praticamente o início que sabemos a identidade do assassino, por isso Sr. Mercedes não é um livro que viva do suspense dessa descoberta; em vez disso, vai dando ao leitor a possibilidade de conhecer a mente perturbada de Brady e a sua completa amoralidade. Para além da incrível dinâmica entre os protagonistas, tenho de destacar a construção da personagens de ambos: Bill é uma espécie de anti-herói, de quem inevitavelmente gostamos, ainda que lhe reconheçamos alguma incapacidade de, por vezes, tomar as melhores decisões; Brady não tem escrúpulos, mas isso nunca parece gratuito pela forma elaborada como Stephen King constrói esta personagem.

No final de contas, Sr. Mercedes foi uma excelente leitura. Absorveu-me e envolveu-me por completo, nunca foi previsível e deixou-me sempre curiosa pelo que se seguiria. E o que mais se pode querer de um livro? Agora é seguir rapidamente para o segundo volume da trilogia e não demorar muito tempo a ver a série, que também consta ser bastante boa.

Classificação: 5/5 – Adorei

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Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.