Autor: Ryder Carroll
Título Original: The Bullet Journal Method (2018)
Editora: Lua de Papel
Páginas: 304
ISBN: 9789892343617
Tradutor: João Trigo
Origem: Comprado
Opinião: Já há alguns anos que ouço falar no método Bullet Journal, mas até 2018 nunca me tinha verdadeiramente decidido a pôr as mãos na massa, como se costuma dizer. Comecei no passado mês de outubro, em contexto laboral, a implementar esta técnica de organização analógica com milhares de seguidores por esse mundo fora, com a perfeita noção de que havia ainda muito mais a explorar. Foi por isso que, quando soube que ia sair por cá um livro do criador do Bullet Journal (também chamado de BuJo), achei que seria uma ótima ideia aprofundar conhecimentos e saber o que ele tinha para me dizer.
Ryder Carroll começa por explicar, de forma resumida, quais as características pessoais – nomeadamente, défice de atenção – que o levaram a desenvolver esta metodologia, bem como a quantidade de tempo e iterações que levou até chegar à base daquilo que hoje nos apresenta. Uma das principais características do método Bullet Journal é a sua simplicidade e adaptabilidade às necessidades do utilizador. O facto de ser totalmente analógico (ou quase, uma vez que existe uma app que pode servir de suporte à utilização do caderno físico) exige escrita à mão, que a ciência provou ajudar a interiorizar e refletir melhor sobre aquilo que se está a escrever.
A leitura de O Método Bullet Journal ajudou-me a perceber que o autor deste método idealizou-o não só como método de organização pessoal, mas também como registo pessoal de eventos, ideias e reflexões. Para começar, é apenas necessário uma caneta e um caderno simples. Claro que existem agendas preparadas para o efeito (como esta ou esta), mas para começar o autor recomenda um caderno normal e também um período experimental de 3 meses para testarmos e nos adaptarmos à forma como tudo se processa.
O livro aborda aspetos mais técnicos da preparação de um Bullet Journal, mas entra também nalguns terrenos mais filosóficos que não me agradaram tanto – ou, pelo menos, não foram totalmente de encontro ao que esperava encontrar aqui, dando-lhe uma certa aura de auto-ajuda que achei dispensável. Contudo, a parte mais objetiva e técnica está bastante bem explicada e exemplificada, tendo-me mostrado aquilo que estava a fazer mal e clarificando algumas dúvidas que subsistiam. Outra coisa que me agradou bastante foi o reforço mais ou menos constante de que fazer um Bullet Journal não tem de ser um concurso de desenho: há coisas lindas na comunidade dedicada a esta metodologia, mas que eu nem de perto nem de longe alguma vez conseguirei replicar. Se tornarem o vosso BuJo bonito vos faz feliz, tudo bem, mas não se deve perder o foco do seu principal objetivo.
No fundo, O Método Bullet Journal pareceu-me um excelente ponto de partida para quem quer iniciar-se neste mundo, pelas palavras da pessoa com mais propriedade para o fazer: o seu criador. 2019 será o ano em que vou tentar pôr o meu BuJo a funcionar a 100%.
Classificação: 4/5 – Gostei Bastante