Opinião: O Que Fica Somos Nós | Jill Santopolo

Autores: Jill Santopolo
Título Original:
 The Light We Lost (2017)
Editora: Suma de Letras
Páginas: 344
ISBN: 9789896655488
Tradutor: João Tordo
Origem: Recebido para crítica
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Sinopse: Numa luminosa manhã de fim de Verão, Lucy e Gabe encontram-se na universidade, em Nova Iorque, e apaixonam-se. Parece o começo de uma história como muitas outras, mas estamos a 11 de Setembro de 2001 e, enquanto a cidade está envolta em poeira e detritos, eles beijam-se e trocam promessas. Assumem que têm de encontrar um significado para as suas vidas, tirar proveito delas, deixar uma marca. Jovens e apaixonados, parecem ter o mundo a seus pés. Inesperadamente, os seus sonhos acabam por os separar. Gabe aceita trabalhar como repórter fotográfico no Médio Oriente e Lucy decide continuar a sua carreira em Nova Iorque. Treze anos depois, Lucy está numa encruzilhada. Sente a necessidade de revisitar as épocas fundamentais do seu relacionamento com Gabe, marcado por escolhas que os conduziram por diferentes caminhos, ao longo de diferentes vidas. Escolhas que, no entanto, nunca romperam o vínculo profundo que os une. Então, é chegado o momento, naquele dia… Lucy mantém um último segredo, e é hora de o revelar a Gabe. Todas as suas opções os conduziram até ali. Agora, uma última decidirá o seu futuro.

Opinião: Como é que sabemos que encontrámos o amor da nossa vida? Pode amar-se mais do que uma pessoa ao mesmo tempo? Como saber que estamos a tirar o máximo partido das possibilidades de felicidade que a vida nos traz? Estas são algumas das questões que Jill Santopolo se propôs abordar nesta sua estreia na ficção para adultos, que segue a relação de um casal que se conhece no contexto do 11 de setembro e ao qual a vida não se reservou um caminho fácil.

A relação de Gabe e Lucy é intensa e visceral: ambos sabem que, mesmo a vida em conjunto não faça parte do seu destino, ficarão marcados para sempre pelo tempo que passaram juntos. Gabe não consegue ignorar a vontade de fazer algo para melhorar o mundo e isso leva-o para outro país; Lucy decide seguir a sua vida e construir uma família, mas a verdade é que Gabe é como um fantasma, que paira sempre, em especial nos momentos mais importantes. Lucy sente-se dividida entre a desejada estabilidade e a sensação de estar viva que Gabe lhe transmite, e hesita, durante muito tempo, em relação àquilo que verdadeiramente deseja para si.

Como se se tratasse de uma longa carta dirigida a Gabe, vamos conhecendo esta história de amor pela voz de Lucy; a utilização da narração na segunda pessoa, bem como algumas pistas que vão sendo deixadas aqui e ali, deixam antever que o desenlace poderá não ser o mais feliz. Mas, no fundo, não é verdade que uma boa parte das histórias de amor não tem o final desejado?

Penso que a parte mais bem conseguida deste livro está nas reflexões que impõe ao leitor, ao fazê-lo questionar aquilo que faria se estivesse no lugar das personagens principais. Questionamo-nos sobre aquilo que é realmente o amor e quais os aspetos fundamentais para que uma relação dê certo. Achei o final da história um pouco previsível e só por isso não lhe dou uma classificação mais elevada, mas foi um livro que li com bastante vontade e com o qual me senti muito envolvida. Recomendado para as almas mais apaixonadas!

Classificação: 3/5 – Gostei

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Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.