Opinião: A Nossa Vida em Sete Dias | Francesca Hornak

Autor: Francesca Hornak
Título Original:
 Seven Days of Us (2017)
Editora: Bertrand
Páginas: 368
ISBN: 9789722535465
Tradutor: Sofia Gomes
Origem: Comprado
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Sinopse: É Natal e, pela primeira vez em muitos anos, a família Birch vai estar debaixo do mesmo teto. Até a filha mais velha de Emma e Andrew, que geralmente anda por fora a salvar o mundo, se irá juntar a eles em Weyfield Hall, a antiga propriedade rural da família. Mas, na verdade, Olivia só está de volta porque precisa. Acabada de regressar do estrangeiro, foi informada de que deve ficar uma semana em casa… bem como toda a sua família. Nos sete dias seguintes, os Birch, confrontados com a falta de wi-fi, veem-se fechados em casa, isolados do mundo e forçados a conviver uns com os outros. Esta estreita proximidade traz ao de cima tensões acumuladas e precipita revelações chocantes, não só antigas mas também aquelas que um hóspede inesperado vai acabar por trazer.

Opinião: Qualquer família que se preze já teve dramas natalícios, em maior ou menor grau. O Natal é a época da paz e do amor, mas é também aquela altura do ano em que eventualmente teremos de conviver por algumas horas com aquele parente que faz perguntas incómodas ou com o qual não tínhamos particular vontade de partilhar uma refeição. As tensões familiares acumuladas são o tema central de A Nossa Vida em Sete Dias, romance de estreia da britânica Francesca Hornak, que coloca os Birch, longe do modelo de família ideal, durante uma semana inteira no mesmo espaço, sem grandes hipóteses de fuga.

Olivia, uma das duas filhas de Emma e Andrew, esteve na Libéria numa missão humanitária; a hipótese de ter contraído o mortífero vírus Haag exige que ela e toda as pessoas com as quais entre em contacto (ou seja, a família) fiquem de quarentena durante 7 dias. E, como seria de esperar, este é o contexto ideal para o despertar de tensões, novas e antigas, e para uma série de reflexões acerca do valor da família e daquilo que, no fundo, verdadeiramente importa nas nossas vidas.

O que me fez querer ler este livro foi, sem dúvida, a interessante premissa e aquilo que ela prometia. A história tinha potencial, mas quanto a mim acaba por não cumprir. Vamos por partes: em primeiro lugar, a situação da quarentena pareceu-me algo forçada; sim, eu sei que é um pressuposto dado pela sinopse, mas quando peguei no livro a situação pareceu-me demasiado irreal. E esta irrealidade acabou por se estender a algumas outras situações em que a autora coloca as personagens e em que me foi particularmente difícil ativar a chamada “suspensão da descrença”.

Depois, os capítulos curtos vão sendo narrados de acordo com a perspetiva das várias personagens, o que torna a história um pouco mais cativante, mas aquelas nunca me pareceram abandonar a unidimensionalidade. A sensação com que fiquei é que havia imenso espaço para tornar estas pessoas e a sua história realmente interessantes, mas nunca passam da mediania. Não é que o livro seja mau; lê-se bem, tem algumas partes interessantes e no final redime-se ligeiramente no que diz respeito à previsibilidade da história. Mas a verdade é que passei o livro inteiro com a impressão que estava a ler algo que daqui por pouco tempo irei esquecer por completo.

No final, fica a desilusão: tinha boas expectativas para este livro, mas infelizmente ficaram por concretizar. Foi apenas uma leitura assim-assim, que não deixou marcas.

Classificação: 2/5 – OK

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Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.