Autores: Donna Tartt
Título Original: The Secret History (1992)
Editora: Dom Quixote
Páginas: 704
ISBN: 9789722028202
Tradutor: Pedro Serras Pereira
Origem: Comprado
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Opinião: A leitura de O Pintassilgo foi a minha primeira incursão na obra de Donna Tartt, escritora conhecida pelos longos processos de escrita (demora cerca de 10 anos para escrever cada livro), pelo seu estilo intrincado e pela atenção particular à estética, tanto a nível de escrita como de temas. No âmbito do projeto “Leituras com Twist”, da Miúda Geek, fiz uma leitura conjunta de A História Secreta, que foi o primeiro livro de Donna Tartt e que já esperava há muito tempo na minha estante pela sua vez.
O prólogo de A História Secreta dá-nos conhecimento da ocorrência de um crime, abrindo o apetite do leitor para saber como se chegou àquele ponto e o que aconteceu depois disso. As duas partes em que o livro se divide dão resposta a ambas as questões, através da narrativa na primeira pessoa de Richard, um jovem oriundo de uma família humilde da Califórnia, que decidiu fugir ao seu mais que provável destino mediano ao herdar o negócio do pai, e rumar ao estado do Vermont, para estudar Literatura. É nesse contexto que conhece um grupo peculiar de alunos que frequentam um curso de grego e têm apenas um professor, o carismático Julian Morrow. Richard fica imediatamente fascinado com todos eles e acaba por vir a integrar o grupo.
À semelhança do que me aconteceu com O Pintassilgo, este foi um livro que li relativamente depressa tendo em conta o seu tamanho. É curioso que isto aconteça, não só por causa do número de páginas, mas também pelo estilo de escrita; acho que se deve, em muito, à excelente caracterização que Donna Tartt faz das suas personagens, do ambiente que consegue criar e da curiosidade que cria no leitor para saber o desenlace da história que nos apresenta. Outra coisa que voltou a acontecer-me foi achar que o livro teria ganho em termos de ritmo se algumas partes tivessem sido excluídas do texto final (especialmente na fase inicial da segunda parte, onde considero que a narrativa se arrastou em demasia), mas isto é algo que já me apercebi fazer parte dos livros desta autora e que estou disposta a aceitar por achar que o resto compensa largamente.
Sou sincera: gostei mais d’O Pintassilgo essencialmente por achar que tem um protagonista que gera mais empatia com o leitor, mas continua a agradar-me bastante o estilo de escrita de Donna Tartt e a forma como aborda, neste livro, uma série de temas que continuam muito atuais, como por exemplo o desejo de pertença – algo inato ao ser humano, independentemente do seu estrato social. Gostei muito também da forma como a autora conjuga a estética da sua escrita com a estética classicista que incorpora nos temas abordados ao longo da narrativa.
Em suma, acho que A História Secreta não será um livro para todos os leitores ou para todos os estados de espírito. É um livro que se lê muito bem, mas que por ter bastante “sumo”, será melhor apreciado se estivermos com disposição para tal. Apesar de não ter sido, para mim, uma leitura completamente arrebatadora, gostei muito de o ter lido, em especial no âmbito de uma leitura conjunta que me permitiu trocar ideias e apreciar elementos em que, de outra forma, não repararia. Recomendo!
Classificação: 4/5 – Gostei Bastante