Na semana passada, no blog da editora Planeta Tangerina, apareceu um texto interessantíssimo sobre o preço dos livros. Em linhas gerais, explica de que forma o preço de um livro é repartido pelos vários intervenientes.
É ideia generalizada que os livros em Portugal são caros. Isto é dito por quem compra poucos, mas também por quem compra muitos. Mas, se atentarmos à distribuição do valor que o leitor paga por um livro e à questão das baixas tiragens, é fácil perceber o que leva a que um livro novo em Portugal facilmente atinja um valor próximo dos 20€. Se eu acho este valor elevado? Depende do livro, mas de um modo geral e tendo em conta todos os custos envolvidos não me parece que seja um valor descabido.
Acima de tudo, acho que “caro” é um conceito relativo. Por exemplo, para mim um smartphone topo de gama é caro, mas já gastei um valor equivalente em livros ao longo de um ano inteiro e não me arrependo nada. Tudo depende do valor subjetivo que atribuímos ao objeto em causa. E eu nem sou daquelas pessoas que idolatram o livro como objeto e que fazem questão de sentir o papel nas mãos e o cheiro dos livros, mas gosto de (e felizmente posso) comprá-los, tê-los e, acima de tudo, lê-los.
Mas mesmo para quem acha os livros caros, isso nunca é justificação bastante para ler pouco. É possível ler muito e bem por um preço razoável. Procurando um pouco, consegue-se arranjar livros em segunda mão em ótimas condições, já para não falar das bibliotecas (onde as há) ou mesmo empréstimos de amigos.
Compreendo quem acha os livros caros, mas olhando para o negócio de forma objetiva, na esmagadora maioria das situações percebe-se o que justifica os preços dos livros que vemos nas livrarias. Espero que, no futuro, o mercado consiga crescer de modo a justificar maiores tiragens e, consequentemente, os preços dos livros novos possam ser mais agradáveis para quem gosta de os comprar.