O texto de hoje vem em forma de resposta ao post da Patrícia, em que ela se questiona: um livro por escritor ou um escritor e muitos livros? Ou seja, serei eu uma leitora que prefere ler muitos livros de escritores diferentes ou explorar a fundo as várias obras de um punhado de escritores? Sinceramente, acho que sou um pouco das duas.
Tenho as minhas obsessões, mas na realidade não são assim tantas quanto isso. Não há muitos escritores de quem possa dizer que quero ler tudo o que publicaram. J.R.R. Tolkien foi talvez aquele que mais se aproximou desse estatuto e talvez por saber que não há muito mais do que ele escreveu que ainda tenho por ler que continuo a guardar este conjunto de três “monstros” para mais tarde. Também estou a digerir aos poucos, como sabem, as obras de Robin Hobb, uma escritora de eleição. Num registo completamente diferente, também quero ler tudo da Agatha Christie, de George Orwell ou de José Saramago, mas a ideia é ir explorando as suas obras ao longo da vida, sem grandes pressas.
Tal como a Patrícia, também eu já tive autores que, a determinada altura, achei que ia querer ler para sempre, mas entretanto fartei-me de estar sempre a ler a mesma coisa. A Juliet Marillier é o melhor exemplo disso. Encaro isto como uma coisa natural, fruto da nossa evolução como leitores e da alteração de interesses que vai surgindo ao longo da vida.
De resto, gosto mesmo muito de descobrir novos autores. Sabe bem ter refúgios aos quais regressar, mas atualmente tenho uma vontade imensa de descobrir coisas novas, sair da minha zona de conforto, ir buscar clássicos ou entusiasmar-me com lançamentos recentes de quem muito bem se fala. Tenho vontade de ser uma leitora diversa, quero explorar novos horizontes. Quero testar os meus limites, quanto mais não seja para descobrir se eles existem e, nesse caso, onde estão.