Há já alguns anos que percebi que quando a minha saúde mental não anda a 100% tenho maiores dificuldades em concentrar-me na leitura ou ter, sequer, muita vontade de ler. Há pessoas para as quais os livros são uma ajuda preciosa como forma de escapismo, que lhes oferecem formas de esquecer os problemas que as assolam na vida real; eu, definitivamente, não funciono assim. Quando me sinto mais em baixo, fico letárgica. Abrir um livro e concentrar-me no que estou a ler parece-me a tarefa mais difícil do mundo.
Tenho andando um pouco assim desde o início deste mês, por diversos motivos que agora não importa detalhar. Não posso dizer que tenho vindo a tentar iniciar várias leituras sem que nenhuma me agarre, porque nem isso me tem apetecido fazer. Fui avançando lentamente no Moby Dick (terminei ontem, e que LIVRO), mas como devem imaginar também é uma leitura que exige uma elevado nível de concentração e li à medida que me apetecia.
Já percebi que quando estou assim não vale a pena insistir muito. Decidi recorrer a uma das minhas escritoras preferidas, a Robin Hobb, e A Revelação do Bobo foi um bálsamo para a minha alma. Outra coisa que faço quando ando com pouca vontade de ler é comprar livros. Estava desde o início do ano sem comprar um livro que fosse, mas comprei um na semana passada e neste fim-de-semana aproveitei a campanha de 20% da Fnac para comprar mais uns quantos. É uma forma de compensação psicológica? É, sim, e estou ciente disso, mas é o que me faz sentir bem neste momento.
Não se esqueçam de zelar pela vossa saúde mental, seja qual for o impacto que isso tem na vossa vida literária.