Autor: A.J. Finn
Ano de Publicação: 2018
Formato: Audiobook (13h41m)
Narrador: Ann Marie Lee
Origem: Oferta (Audible)
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Opinião: Aproveitando a promoção do Audible (free trial de 30 dias com direito a dois audiobooks grátis), e por recomendação da Miúda Geek, decidi ouvir The Woman in te Window, um thriller lançado no início deste ano acerca do qual tenho lido boas opiniões.
Antes de vos falar sobre o livro propriamente dito, um pequeno aparte sobre a experiência dos audiobooks. Já aqui falei sobre este tema com algum detalhe, mas acho que nunca é demais reforçar a ideia: para mim, ouvir audiobooks conta como ler. Neste caso em concreto, o audiobook incluía no final uma breve entrevista ao autor A.J. Finn sobre o processo de escrita, as origens do livro ou a forma como a sua experiência pessoal influenciou a história. Gostei muito deste bónus, que sem dúvida acabou por enriquecer a minha experiência de leitura.
The Woman in the Window é a história de Anna Fox, uma mulher que sofre de agorafobia e que não sai à rua há cerca de 10 meses. No início da história, sabemos que Anna está separada do marido e da filha, ainda que as circunstâncias não sejam reveladas de imediato. O seu tempo é passado, entre outras coisas, a observar a vida dos seus vizinhos à janela, construindo conjeturas acerca da sua vida e passatempos. Anna tem também sérios problemas com bebida e medicação, algo que ela encara com naturalidade.
A chegada de uma nova família, os Russells, a uma das moradias próximas, suscita em Anna uma natural curiosidade e a sua vida começa a alterar-se com as interações com os membros da famílias: mãe, pai e filho adolescente. Até que, numa determinada noite, Anna assiste àquilo que lhe parece justificar a chamada da polícia… Mas será que viu mesmo o que pensa que viu ou foi apenas fruto da sua imaginação?
The Woman in the Window recordou-me bastante The Girl on the Train, pela narração na primeira pessoa através dos olhos de uma personagem que não sabe se pode confiar em si própria e pelo elemento do enredo que se foca no observar da vida de outras pessoas por detrás de um vidro (neste caso a janela da própria casa, no outro a janela do comboio). Por esse motivo, não me parece que a premissa ou a estrutura deste livro sejam propriamente originais, mas isso era algo com que eu já contava quando iniciei a leitura.
No que eu acho que The Woman in the Window se torna verdadeiramente interessante é no desenvolvimento da personagem principal e na sua luta contra a agorafobia e os problemas com a dependência. Penso que o autor fez um bom trabalho em transmitir o sufoco e a claustrofobia de Anna, tendo criado uma personagem com que o leitor sente empatia, ainda que possa não se rever nela ou nas suas escolhas. No que respeita à componente de thriller do enredo, posso dizer que o final conseguiu surpreender-me e isso foi muito bom. Se um thriller/policial se torna previsível, o mais certo é que a leitura acabe por não se tornar memorável.
Queria ainda referir as inúmeras referências a filmes antigos que o autor coloca ao longo do livro. Anna é amante de clássicos do cinema – The Woman in the Window é inclusivamente o título de um – e foi muito interessante a forma como o autor interligou várias cenas desses filmes com a ação que decorria no livro.
Em jeito de resumo, foi um thriller muito interessante, bem escrito e bem desenvolvido e que, apesar de alguns elementos pouco originais, consegue surpreender.
Classificação: 4/5 – Gostei Bastante