Autor: Stewart Foster
Título Original: The Bubble Boy (2016)
Editora: IN
Páginas: 288
ISBN: 9789897760013
Tradutor: Rui Azeredo
Origem: Recebido para crítica
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Opinião: Como será viver 24 horas por dia, todos os dias do ano, confinado a um curto espaço físico? O quarto de um hospital é o único sítio que Joe, de 11 anos, conhece, e onde tem de permanecer para que a sua imunodeficiência combinada severa não o vença. Está terminantemente proibido de sair do seu quarto e as visitas são limitadas aos enfermeiros, a irmã e uma equipa televisiva que o visita uma vez por ano para uma reportagem em curso sobre a sua peculiar vida.
Joe é, obviamente, um miúdo solitário, e esse elemento – a solidão – é por vezes destacado de uma forma dolorosa. Mas para uma criança de 11 anos, mesmo que não conheça o mundo repleto de cores e cheiros, a vida é um mar de possibilidades; por isso, no início da história encontramos um Joe relativamente esperançoso na sua vida, apesar das contínuas dificuldades que enfrenta. Contacta frequentemente um rapaz ligeiramente mais velho, Henry, que vive do outro lado do Atlântico e que padece de uma doença semelhante à sua. Ainda que nunca se tenham encontrado, por razões óbvias, Joe e Henry são os melhores amigos e trocam mensagens com frequência, apoiando-se mutuamente.
A chegada do enfermeiro Amir, com as suas teorias e ideias aparentemente loucas, potencia a esperança de Joe, mas aos mesmo tempo os seus medos, e é nesta altura que descobrimos a dose de coragem de que Joe se reveste todos os dias da sua frágil vida. Focando-se bastante na vida interior de Joe, ao revelar ao leitor os seus medos e esperanças, Stewart Foster oferece-nos um retrato emocional, intenso e genuíno do que será a vida de uma criança nestas condições, criando facilmente empatia com o leitor.
O positivismo e a mensagem de esperança que este livro transmite são notáveis, porque nos faz questionar sobre a importância de viver todos os dias da melhor forma que pudermos. Gostei que o autor não tivesse optado pela via do excesso de sentimentalismo, para o qual muitos dos livros com pessoas doentes resvalam. Preso na Bolha é um livro que consegue retratar muito bem uma realidade, emocionando o leitor sem nunca ficar a sensação de que isso é feito a qualquer custo. Joe permanece como uma personagem marcante, um verdadeiro herói. Porque nem todos os heróis vestem capas, certo?
Classificação: 4/5 – Gostei Bastante