Foi anunciado, ontem à noite, que o vencedor do prémio literário Man Booker Prize 2017 é Lincoln no Bardo, do escritor George Saunders. Conhecido pela sua faceta de contista, este é o seu primeiro romance, tendo-lhe valido a segunda vitória de sempre de um norte-americano aos longo dos 49 anos do prémio.
De acordo com a presidente do júri, Lola Young, “a forma e o estilo deste romance completamente original revelam uma narrativa espirituosa, inteligente e profundamente comovente. Esta história de almas assombrosas e assombradas na vida após a morte do jovem filho de Abraham Lincoln cria, paradoxalmente, uma evocação vívida e vivaz das personagens que povoam este outro mundo. Lincoln no Bardo está enraizado na história, enquanto joga com ela, explorando o significado e a experiência da empatia.“
Saunders disse à revista TIME que não queria escrever sobre Lincoln, mas “fiquei tão cativado por esta história que tinha ouvido há anos sobre ele ter entrado na cripta do filho, que achei que o livro seria uma forma de tentar despertar a mesma reação que tive há todos aqueles anos.“
Para além de Lincoln no Bardo, George Saunders tem também publicados em Portugal Pastoralia (Antígona, 2017) e Dez de Dezembro (Ítaca, 2016), ambos livros de contos.
Sinopse: Lincoln no Bardo é o primeiro romance de George Saunders. Nestas páginas, o autor revela-nos o seu trabalho mais original, transcendente e comovedor. A acção desenrola-se num cemitério e, durante apenas uma noite, a história é-nos narrada por um coro de vozes, que fazem deste livro uma experiência impar que apenas George Saunders nos conseguiria dar.
Ousado na estrutura, generoso e profundamente interessado nos sentimentos, Lincoln no Bardo é uma prova de que a ficção pode falar sobre as coisas que realmente nos interessam. Saunders inventou uma nova forma narrativa, caledoscópica e teatral, entoada ao som de diferentes vozes, de modo a fazer-nos uma pergunta profunda e intemporal: como podemos viver e amar sabendo que tudo o que amamos tem um fim?