«Os Corpos», de Rodrigo Magalhães, é o primeiro livro a ser publicado pela Quetzal na rentrée. Partindo de uma história manifestamente inspirada no caso Tamam Shud, Rodrigo Magalhães desdobra-a, multiplicando-a por tantas quantas as perspetivas dos protagonistas, das testemunhas, das figuras secundárias, dos figurantes. O resultado é um objeto literário misterioso, inquietante, de uma imensa originalidade, e em que ressoam ecos de Buzatti ou Bolaño. «O Pequeno Caminho das Grandes Perguntas», de José Tolentino Mendonça, será publicado em setembro e tem já lançamentos previstos para Funchal, Lisboa e Porto. Na senda daquilo a que já habituou o leitor em obras anteriores, tanto de reflexão teológica e filosófica como de poesia, José Tolentino Mendonça abre as páginas de um livro singular e corajoso: o das perguntas sobre a nossa vida. No final de setembro, será publicado o muito esperado «O Caminho Imperfeito», de José Luís Peixoto. Entre Banguecoque e Las Vegas, o autor regressa à não-ficção com um livro surpreendente, repleto de camadas, de relações imprevistas, transitando do relato mais íntimo às descrições mais remotas e exuberantes. «O Caminho Imperfeito» é, em si próprio, a longa viagem a uma Tailândia para lá dos lugares-comuns do turismo, explorando aspetos menos conhecidos da sua cultura, sociedade, história, religiosidade, entre muitos outros.
Em outubro, chegará pela Quetzal um impressionante relato pessoal, em vinte e três cartas, que nos faz pensar em Dickens transposto para o século XX. «O Livro de Emma Reyes – Memória por Correspondência», de Emma Reyes, relata as memórias da duríssima infância – de abandono e exploração – da pintora colombiana Emma Reyes. É também uma história de superação de inimagináveis circunstâncias por parte de uma mulher conduzida pela sua vontade férrea de liberdade. Neste mês, será publicado o terceiro volume da Bíblia, na tradução de Frederico Lourenço. «Bíblia Volume III – Antigo Testamento: Os Livros Proféticos», é a continuação do trabalho ímpar do helenista e académico, Prémio Pessoa 2016. Além de se tratar de uma nova e mais rigorosa tradução, sem juízos ou inferências de cariz religioso – em algumas passagens, sublinham-se mesmo as diferenças em relação às edições correntes –, Frederico Lourenço eleva o texto bíblico a uma condição literária, incluindo notas que esclarecem e contextualizam o texto original, enriquecendo a nossa leitura. Na segunda quinzena de outubro destaca-se «Silêncio na Era do Ruído», de Erling Kagge, no qual, em 33 tentativas de resposta, o autor oscila entre o meditativo e o prático, num livro pessoal e cheio de donaire. Retirando inspiração de personalidades famosas, como Séneca, Kierkegaard e Rihanna, o explorador, que passou cinquenta dias a andar na Antártida com apenas um rádio avariado por companhia, desconstrói a nossa constante necessidade de ocupação.
Em novembro, chegará às livrarias a «Detetives Selvagens», uma narrativa trepidante de Roberto Bolaño. Esta nova tradução da obra-prima que o autor chileno publicou em vida revela-nos fielmente a essência da sua escrita. Vasco Graça Moura traduz «Sonetos de Petrarca», a uma referência fundamental na literatura ocidental. Neste livro, traduzido por Vasco Graça Moura, podemos ver o que é fundador e o que de mais original existe na poesia deste autor — referência e modelo para escritores como Dante, Camões, Sá de Miranda, Bocage e Baudelaire.
Na rentrée, a Quetzal prossegue as belíssimas reedições dos romances de José Eduardo Agualusa, podendo os leitores contar com mais quatro títulos da bibliografia do autor, cada vez mais relevante, principalmente após a recente eleição em Angola.
Fonte: Nota de Imprensa Grupo BertrandCírculo