Opinião: Ready Player One | Ernest Cline

Autor: Ernest Cline
Título Original:
 Ready Player One (2011)
Editora: Editorial Presença
Páginas: 416
ISBN: 9789722358231
Tradutor: Miguel Romeira
Origem: Comprado
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Sinopse: Em 2044 o mundo tornou-se um lugar triste, devastado por conflitos, escassez de recursos, fome, pobreza e doenças. Wade Watts só se sente feliz na realidade virtual conhecida como OASIS, onde pode viver, jogar e apaixonar-se sem constrangimentos. Quando o criador do OASIS morre, deixa a sua imensa fortuna e o controlo da realidade virtual a quem conseguir resolver os enigmas que aí escondeu. Os utilizadores têm apenas como pistas a cultura pop dos anos 1980. Começa assim uma frenética e perigosa caça ao tesouro. Nos primeiros anos, milhares de jogadores tentam solucionar o enigma inicial sem sucesso. Até que Wade por acaso desvenda a primeira chave. De um momento para o outro, vê-se numa corrida desesperada para vencer o prémio, uma corrida que rapidamente continua no mundo real e que põe em risco a sua vida.

Opinião: Já andava com o Ready Player One debaixo de olho desde que saiu, originalmente em 2011. O caráter nostálgico que as opiniões que li referiam era, sem dúvida, um elemento que me atraía para esta história, mas o momento que escolhi para o ler – ou seja, agora – teve muito a ver com a divulgação recente do primeiro trailer da adaptação cinematográfica, que estreará em março de 2018 pelas mãos de Steven Spielberg.

A história, que decorre num 2044 distópico, acompanha a vida do jovem Wade Watts e as suas aventuras no mundo virtual OASIS. Na realidade, é um órfão que vive com a tia numa torre de caravanas, com pouco afeto ou dinheiro; na realidade virtual, é Parzival, e pode ser (quase) tudo o que quiser. No início do livro, o criador do OASIS, James Halliday – considerado um verdadeiro guru da tecnologia – morre e decide deixar a sua fortuna a quem conseguir encontrar um ovo da Páscoa que deixou escondido dentro do OASIS; para isso, terão de seguir a primeira pista que deixou, que o levará à primeira de três chaves.

Narrado na primeira pessoa por Wade, este é um livro repleto de referências à cultura dos anos 1980, que James Halliday venerava e que, naturalmente, é fundamental para a resolução das pistas que deixou nesta sua caça ao tesouro. Começando nos primórdios dos jogos de computador, passando pelos filmes e séries, e terminando na música, todo o enredo é uma enorme homenagem à cultura que marcou a geração que cresceu naquela década e que influenciou decisivamente tudo o que se seguiu.

Ainda que a história comece a um ritmo mais lento devido às necessárias explicações sobre o mundo distópico que Ernest Cline aqui apresenta, assim que a primeira chave é encontrada os acontecimentos sucedem-se e dificilmente conseguimos abandonar o livro. Quase toda a ação decorre dentro do OASIS, refletindo, de certo modo, a solidão que Wade vive no mundo real. É dentro da realidade virtual que ele interage socialmente, que faz amigos, que se torna alguém. O OASIS acaba por ser, ao mesmo tempo, um escape e um vício, levando a algumas reflexões sobre a sociedade tecnológico-dependente em que vivemos atualmente.

No final de contas, apesar de alguns momentos de previsibilidade, Ready Player One é um livro original, que cativa pelas possibilidades do futuro e pela nostalgia do passado. Recomendo!

Classificação: 4/5 – Gostei Bastante

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Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.