Autor: Augusto Cury
Ano de Publicação: 2016
Editora: Pergaminho
Páginas: 160
ISBN: 9789896872755
Origem: Recebido para crítica
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Opinião: No âmbito da visita de Augusto Cury a Lisboa, onde esteve com os seus fãs numa sessão de autógrafos na Feira do Livro deste ano, tive um convite da editora Pergaminho para ler um livro de sua autoria e estar presente na sessão de Meet & Greet com o autor, antes da dita sessão de autógrafos. Tenho de confessar que sempre associei o nome deste autor a livros de auto-ajuda, género de que não sou particularmente fã. Mas, desta vez, decidi dar o benefício da dúvida, até porque nunca tinha lido nada de sua autoria e gosto de falar com conhecimento de causa. Este Pais Inteligentes Formam Sucessores, Não Herdeiros, publicado em outubro do ano passado, pareceu-me interessante por prometer abordar temáticas relacionadas com a educação, em que estou particularmente interessada no meu papel de mãe.
Augusto Cury define neste seu livro dois tipos de pessoas: os herdeiros, genericamente pessoas que gastam de forma inconsequente, que procuram satisfação imediata e sem esforço ou disciplina; os sucessores, por outro lado, são pessoas esforçadas, que respeitam quem lhes podem transmitir ensinamentos, que pegam no que lhes é dado e, com esforço e dedicação, tornam-se pessoas melhores e, consequentemente, transformam o mundo pela positiva.
Os desafios presentes são particularmente complicados: o imediatismo e a satisfação imediata são potenciados pela tecnologia e a vida parece decorrer a um ritmo incessante. Como fazer com que os nossos filhos consigam parar para pensar e perceber a importância do silêncio? A necessidade de entretenimento constante está a tirar às nossas crianças a capacidade de se aborrecerem e, assim, estimularem a imaginação. O consumismo ou a tentação da recompensa com bens são dois exemplos de temas explorados de pelo autor neste livro.
Não considero que Pais Inteligentes Formam Sucessores, Não Herdeiros ofereça respostas definitivas; dá antes pistas para alguns caminhos que o autor julga importante serem seguidos. Acho que, em prol da simplificação na transmissão da ideia principal do livro, Augusto Cury acaba por criar dois campos demasiado opostos, dando pouca relevância às enormes probabilidades de alguém possuir características tanto de herdeiros como de sucessores. Contudo, a lógica presente nesta dicotomia faz sentido e o autor consegue, no mínimo, fazer com que o seu leitor reflita com alguma profundidade nos atos que pratica no dia-a-dia, no que respeita à educação dos seus filhos, e na atitude perante a sua própria vida.
Sem se ter tornardo um livro particularmente marcante, Pais Inteligentes Formam Sucessores, Não Herdeiros fez-me refletir sobre os valores que estou a transmitir ao meu filho e na melhor forma de o fazer; só por isso valeu a pena.
[…] é inegável que todas as crianças, adolescentes e jovens adultos são herdeiros. No entanto, aqui surge-nos um problema sério: nenhuma herança dura para sempre e, como tal, a herança precisa de ser no mínimo preservada – e, se possível, enriquecida e expandida. E quem é que preserva, enriquece e expande a herança recebida? Os sucessores!
Classificação: 3/5 – Gostei