Opinião: Uma Magia mais Escura | V.E. Schwab

SchwabAutor: V.E. Schwab
Título Original:
A Darker Shade of Magic (2015)
Série: Shades of Magic #1
Editora: Minotauro
Páginas: 374
ISBN: 9789899978577
Tradutor: José Loja
Origem: Recebido para crítica
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Sinopse: Kell é um dos últimos viajantes, magos com a capacidade rara e muito desejada de viajar entre universos paralelos, ligados através de uma cidade mágica. Existe a Londres Cinzenta, suja e aborrecida, desprovida de qualquer magia e regida por um rei louco: George III. Existe a Londres Vermelha, onde a vida e a magia são veneradas e onde Kell cresceu com Rhy Maresh, o herdeiro irreverente de um império próspero. Existe a Londres Branca, um lugar onde as pessoas lutam para controlar a magia e a magia contra-ataca, consumindo a cidade até aos ossos. Outrora, existiu a Londres Negra. Mas já ninguém fala dela. Kell é oficialmente o viajante da Londres Vermelha, embaixador do império Maresh, guardião da correspondência mensal entre as realezas de cada Londres. Não oficialmente, é um contrabandista, servindo as pessoas dispostas a pagar pelo mais pequeno vislumbre de um mundo que nunca verão. É um passatempo difícil, cujas consequências perigosas Kell sofrerá em primeira mão. Fugitivo na Londres Cinzenta, conhece Delilah Bard, uma fora da lei com aspirações grandiosas. Primeiro, rouba-o, depois, salva-o de um inimigo mortífero e, por fim, obriga-o a levá-la para outro mundo à procura de uma verdadeira aventura. Mas uma magia perigosa cresce e a traição está em todas as esquinas. Para salvar todos os mundos, têm, antes de mais, de sobreviver. 

Opinião: Uma Magia Mais Escura é o primeiro volume de uma prometedora trilogia no género fantástico, da autoria da norte-americana V.E. Schwab. Esta autora, com trabalho também publicado para jovens e jovens adultos (com o nome Victoria Schwab), chega a Portugal com esta série de fantasia que tem sido muito bem recebida.

Não tenho lido muita fantasia recentemente, por vicissitudes várias, mas este continua a ser o meu género de eleição e dentro do qual escrevem os meus autores favoritos. E foi por gostar tanto de fantasia que fiquei imediatamente interessada neste livro quando soube que ia ser lançado em Portugal e conheci a sua premissa: Londres paralelas, cada uma com um cor associada e com diferentes níveis de magia utilizada pelos seus habitantes. Apesar de terem conhecimento da existência das outras Londres, poucos são aqueles que podem viajar entre elas. Kell, um dos Antari, seres mágicos especiais com um olho de cada cor e com o poder do sangue, é um deles.

Kell vive na Londres Vermelha e uma das suas tarefas é levar mensagens entre os monarcas da sua Londres e os da Londres Cinzenta (a equivalente à nossa, com muito pouca magia) ou da Londres Branca (onde vivem monarcas déspotas e a magia é vivida de forma mais intensa). O equilíbrio frágil em que coexistem estas Londres é abalado quando surge um artefacto que se supõe pertencer à Londres Negra, para a qual Kell nunca viajou e sobre a qual só se conhecem rumores.

Gostei muito de Kell e do seu casaco multifacetado, que conhecemos logo no início da história. A vida que ele tem levado, com as viagens entre Londres, permitiram-no fugir um pouco da vida relativamente protegida que poderia ter levado no seio da família real da Londres Vermelha, onde cresceu, e conhecer novas vidas e novos desafios. O seu encontro com Lila Bard, da Londres Cinzenta, e as aventuras que os dois vivem, fazem Kell crescer e evoluir, e como leitora foi muito interessante ver essa transição. Lila também é uma personagem muito interessante e bem desenvolvida, corajosa e sedenta de aventuras, o que por vezes parece ser apenas uma capa para a sua solidão e desenraizamento. 

A história desenvolve-se quase sempre de forma muito dinâmica e repleta de ação, com os momentos mais introspetivos bem doseados. Gostei que a autora tivesse dado ênfase à construção do seu mundo imaginário, que é muito bem explicado ao leitor, sem nunca parecer que está a despejar informação sem interesse para o enredo. Ainda que o conceito de multiverso não seja propriamente original na ficção especulativa, a forma como V.E. Schwab o utiliza para cimentar o seu universo e definir as regras pelas quais se rege é bem conseguida e eficiente, dando ao leitor bases sólidas para a construção deste mundo imaginário.

É importante referir que, apesar de se tratar de uma trilogia e de ficarem alguns aspetos em aberto, Uma Magia mais Escura contém em si uma história com princípio, meio e fim. Eu gostei muito, recomendo e fico a aguardar ansiosamente a publicação dos volumes seguintes.

Classificação: 4/5 – Gostei Bastante

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Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.