Autor: Caroline Eriksson
Título Original: De försvunna (2015)
Editora: Suma de Letras
Páginas: 256
ISBN: 9789896651978
Tradutor: Patrícia Xavier
Origem: Recebido para crítica
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Greta acorda e percebe que Alex e Smilla ainda não voltaram. Saíram do barco para um passeio na ilha no meio do lago Maran, enquanto ela permaneceu a bordo, a descansar. Vai para terra procurá-los, mas rapidamente percebe que eles não estão na pequena ilha. Desapareceram.
O marido e filha desapareceram. Mas ela não é casada e nunca teve filhos…
Opinião: É inegável que a curta sinopse de Desaparecidos deixa o futuro leitor intrigado. Um desaparecimento misterioso e uma mulher cuja relação com os desaparecidos é ambígua… Caroline Eriksson, escritora sueca, estreia-se no género dos thrillers psicológicos com este Desaparecidos, que se inicia quando Greta, Alex e a pequena Smilla vão num bote passear a um ilha no meio de um lago, na Suécia, e ele e a criança desaparecem misteriosamente sem deixar rasto. Na primeira pessoa, Greta relata-nos, de forma algo estranha, a evolução dos eventos, deixando desde logo a sensação que o leitor está perante uma narradora em quem provavelmente não pode confiar.
Depressa percebemos que o enredo, que inicialmente parece focar-se no dito desaparecimento, acaba por se centrar nos temas da violência física e psicológica, incluindo recuos temporais à infância da protagonista, em que se evoca com frequência a trágica morte do pai de Greta e se revela, a pouco e pouco, a influência que este acontecimento teve no seu atual estado psicológico.
Quanto a mim, este livro tem uma premissa intrigante que depressa se perde pelo caminho. Não questiono o foco psicológico que a autora prefere dar à sua narrativa, mas o mote do livro é abandonado e resolvido de forma bastante fraca. Penso que Caroline Eriksson consegue transmitir bem a sensação de confusão da sua personagem principal, refletida nas atitudes estranhas que tem perante as mais diversas situações, mas a partir de determinado ponto este efeito parece exagerado e cansa o leitor.
Avancei pelas páginas deste livro rumo ao final com a curiosidade de saber o que tinha, afinal, acontecido no passado de Greta que a tivesse deixado no estado em que a encontrei quando iniciei a leitura. Pelo caminho, encontrei um enredo secundário com muito pouco interesse (o grupo de jovens e os rituais), e terminei com a certeza que este livro não iria deixar grandes recordações. O tema central, o abuso físico e psicológico, tem algumas abordagens interessantes, mas não criei qualquer empatia com a personagem principal nem acho que a autora tenha conseguido criar um enredo particularmente cativante. Quanto a mim, Desaparecidos ficou bastante aquém das expectativas.
Classificação: 2/5 – OK