Autor: Betty Milan
Ano de Publicação: 2016
Editora: Objectiva
Páginas: 128
ISBN: 9789896651992
Origem: Recebido para crítica
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Opinião: O que fazer quando se tem uma mãe com 98 anos, que insiste em fazer o que bem lhe apetece, e se espera que a morte a leve a cada virar de esquina? A brasileira Betty Milan decidiu escrever uma espécie de diário, que relata as dificuldades que enfrentou nesta situação e os pensamentos que lhe passaram pela cabeça.
A primeira coisa que me ocorreu após terminar este livro é que foi precisa muita coragem da parte da autora para publicá-lo. Porque está cheio de reflexões politicamente pouco corretas, repletas do confronto entre a vontade de resguardar a sua mãe de perigos e a vontade que ela finalmente descanse em paz, pela nostalgia da mulher que fora outrora e que já não era, fruto da decadência física. E se, à primeira vista, esta abordagem pode parecer algo chocante, o leitor acaba por se render à sinceridade destas palavras.
A Mãe Eterna confronta-nos com a realidade de termos de ser pais dos nossos pais, a partir de determinada altura das nossas vidas. Faz-nos refletir sobre o direito a uma velhice digna, mas também sobre a forma como encaramos a morte iminente de um ser amado. Betty Milan revela neste livro os seus sentimentos de desespero e irritação pela situação em que ela e a mãe se encontram, num relato que por vezes parece demasiado duro para com a sua mãe mas que, no final de contas acaba por ganhar pela autenticidade.
Classificação: 3/5 – Gostei