Novidade Dom Quixote | O Canto e as Armas, de Manuel Alegre

ArmasTítulo: O Canto e as Armas
Autor: Manuel Alegre
Pág.: 144
Data de Lançamento: 14.03.2017

Sinopse: Um livro singular na história da poesia portuguesa contemporânea: foi, porventura, o livro mais cantado; Adriano Correia de Oliveira, entre outros, interpretou alguns dos seus poemas e gravou, em 1969, um álbum intitulado, precisamente, O Canto e as Armas; foi, como alguém disse, o livro de uma geração, mas também um livro que se prolongou no tempo, enquanto voz de esperança numa pátria livre e de denúncia da opressão política da ditadura salazarista, da guerra colonial, da emigração e do exílio, a que muitos portugueses, como o próprio poeta, foram condenados. Foi, para além disto tudo, um livro premonitório – numa das quadras de POEMARMA podemos ler: Que o Poema seja microfone e fale uma noite destas de repente às três e tal para que a lua estoire e o sono estale e a gente acorde finalmente em Portugal. Um livro que a Dom Quixote agora reedita por ocasião dos 50 anos da sua primeira edição.
«
Breviário de uma geração, O Canto e as Armas articula paciente, mas indesistivelmente, aquilo que o autor segreda ao ouvido de uma mítica destinatária, a quem interpela como “Penélope que bordas de saudade”, e no “amor em que me prendes”, e que “é Liberdade”, “palavra clandestina em Portugal / que se escreve em todas as harpas do vento.” Contrapondo a incandescência das “armas” a uma outra, e porventura utópica, a do “canto”, esta voz remete-nos a um destino hegemónico que consagra os artefactos da alta poesia, os quais, publicados e apreendidos pela censura, mas circulando em cópias manuscritas e dactilografadas, e novamente apreendidas, e novamente publicadas, duram como se verifica quatro décadas mais tarde. Eis pois o que erige um poeta, e o que o assinala, para além de quanto ele for, e de quanto quiser assinalar. Calem-se definitivamente, ou quase, as armas multímodas, e até as que se guardarem no avesso do gabão para surgirem em solertes assaltos. Só nesse instante o canto, o de Manuel Alegre, e o nosso através dele, poderá escutar-se em perfeita serenidade
(do Prefácio de Mário Cláudio)

Sobre o autor: Manuel Alegre de Melo Duarte nasceu a 12 de Maio de 1936, em Águeda. Estudou em Lisboa, no Porto e na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Em 1961 é mobilizado para Angola. Preso pela PIDE, passa seis meses na Fortaleza de S. Paulo, em Luanda, onde escreve grande parte dos poemas do seu primeiro livro, Praça da Canção. Em Outubro de 1964 é eleito membro do comité nacional da Frente Patriótica de Libertação Nacional e passa a trabalhar em Argel, na emissora Voz da Liberdade. Regressa a Portugal após o 25 de Abril de 1974. Dirigente histórico do Partido Socialista desde 1974, foi vice-presidente da Assembleia da República, de 1995 a 2009, e é membro do Conselho de Estado. A sua vasta obra literária, que inclui o romance, o conto, o ensaio, mas sobretudo a poesia, tem sido amplamente difundida e aclamada. Foram-lhe atribuídos os mais distintos prémios literários: Grande Prémio de Poesia da APE-CTT, Prémio da Crítica Literária da AICL, Prémio Fernando Namora e Prémio Pessoa, e em 2016 foi distinguido com o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores e o Prémio Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores.

mae-billboard

Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.