Título: A Obsessão da Portugalidade
Autor: Onésimo Teotónio Almeida
Pág.: 336
Data de Lançamento: 03.02.2017
A Obsessão da Portugalidade, de Onésimo Teotónio Almeida, chega às livrarias na sexta-feira, dia 3 de fevereiro, publicado pela Quetzal.
Neste livro, o autor reflete sobre a identidade nacional e a cultura portuguesa – com especial destaque para a recente obsessão da Portugalidade –, abordando a língua, a saudade, a literatura, os valores, as mudanças culturais, os nossos medos e mitos fundadores.
Diante desta obsessiva busca de uma identidade (deficitária, perdida, indefinida), Onésimo Teotónio Almeida defende que – pelo contrário – Portugal sofre de excessiva identidade, e cuida-a com desvelos sentimentais e saudosistas. Esta marca é evidente tanto na literatura recente como num longo filão de autores que se dedicaram ao estudo e à invenção dessa identidade.
Onésimo vai mais fundo e, no tom (certo) que lhe é próprio, com a clareza que a distância lhe permite, e a sua mistura habitual de humor e erudição, analisa e disseca os nossos meandros identitários.
«Os intelectuais, bem como os cientistas sociais, ignorarão à sua própria custa esta questão da identidade. Ela não passará, todavia, por mais que eles lhe fechem os olhos. Poderá mudar de nome – e talvez até conviesse, dado que, como espero ter demonstrado, o termo hoje incorpora um complexo de realidades em simultâneo. Todavia, ainda que mudasse de nome, não deixaria de existir.»
Onésimo Teotónio Almeida é açoriano mas vive e ensina há 45 anos nos Estados Unidos. É catedrático no Departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros da Universidade de Brown (Providence, Rhode Island) – a prestigiada universidade onde se doutorou em Filosofia. É doutor Honoris Causa pela Universidade de Aveiro.
Sinopse: Com enorme frequência surgem livros com Portugal no título, interrogando-se sobre quem somos, porque somos assim, ou como modernizar Portugal sem abandonar o seu passado, elaborando diagnósticos do País, apontando-lhe as mazelas e sugerindo-lhe medicação. O presente livro não pretende fazer nenhum diagnóstico nem oferecer uma receita. Ele resulta de uma leitura do destino da nossa cultura e daquilo que, após o 25 de Abril, se vulgarizou apelidar «a questão da identidade nacional». Em resumo, os pensadores portugueses que procuraram refletir o País deparavam-se com um problema a necessitar de explicação: como passou Portugal do glorioso empreendimento dos Descobrimentos para séculos seguidos de letargia? O Portugal real, autêntico, era o de Quinhentos, ou o que tão prolongadamente se seguiu? Como podemos encarar o futuro com tanto passado atrás de nós ainda por resolver? Muitos intelectuais, bem como muitos cientistas sociais, ignorarão esta questão da identidade. Ela não deixará de existir, por mais que se lhe fechem os olhos. Poderá mudar de nome – e talvez até conviesse. Todavia, ainda que mude de nome, não deixará de existir.
Sobre o autor: Onésimo Teotónio Almeida nasceu nos Açores (São Miguel), em 1946, e reside desde 1972 nos Estados Unidos, vivendo entre as margens americana e europeia do rio que banha as suas ilhas – o Atlântico. Doutorou-se em Filosofia na Universidade de Brown (Providence, Rhode Island) e aí é catedrático no Departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros, lecionando também no Wayland Collegium for Liberal Learning e no Renaissance and Early Modern Studies Program da mesma universidade. Divide-se entre a escrita livre (crónica, conto, teatro, prosemas) e o ensaio, que ocupa o lugar central. Entre os seus livros mais recentes contam-se: Livro-me do Desassossego (2006), Aventuras de um Nabogador (2008), Onésimo. Português sem Filtro (2011) e Quando os Bobos Uivam (2013). No ensaio: De Marx a Darwin – A Desconfiança das Ideologias (2009), O Peso do Hífen – Ensaios sobre a Experiência Luso-Americana, Açores, Açorianos, Açorianidade – Um Espaço Cultural (2011), Minima Azorica. O Meu Mundo é Deste Reino (2014), Pessoa, Portugal e o Futuro (2014) e Despenteando Parágrafos (2015). É doutor Honoris Causa pela Universidade de Aveiro.