Autor: Max Porter
Título Original: Grief Is the Thing with Feathers (2015)
Editora: Elsinore
Páginas: 128
ISBN: 9789898843616
Tradutor: Daniel Jonas
Origem: Comprado
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Opinião: Max Porter estreou-se no mundo literário com O Luto é a Coisa com Penas, depois de algum tempo a trabalhar como editor, e tem recebido inúmeros elogios desde que o livro foi originalmente lançado em 2015. O autor valeu-se da sua experiência pessoal, ao ter perdido o pai quando tinha apenas 6 anos, para empreender uma viagem pelo luto e o impacto que pode ter sobre as pessoas mais próximas do falecido.
Num registo que se pode considerar poesia em prosa, Max Porter apresenta-nos um pai e dois filhos que acabaram de perder a esposa/mãe. No início da história, aparece um corvo – uma personagem algo esquizofrénica que, ao seu jeito, tenta ajudar aquela família a ultrapassar a dor da ausência. Os pontos de vista vão alternando entre pai, filhos e corvo, numa narrativa (se é que se lhe pode dar esse nome) fragmentada e algo desconexa, repleta de metáforas e alegorias que tentam simular as características que na maioria das vezes o processo de luto assume.
Fui atraída pelas opiniões muito positivas e, em especial, pela edição graficamente muito apelativa que saiu em Portugal há pouco tempo, e por isso decidi dar uma oportunidade a este livro. Cheguei rapidamente ao fim, e não demorei muito a perceber que não é para mim. O livro é rico em (aparentes) significados obscuros que não consegui apreender, e em secções algo vagas ou estranhas. O Corvo pareceu-me uma personagem central e essencial a todo a história, mas o seu discurso pouco inteligível dificultou qualquer empatia que pudesse ter surgido da minha parte. Há algumas passagens bonitas nas partes dos pai e dos filhos – que me permitem afirmar que Max Porter é um escritor com muitas capacidades – mas na grande maioria, foi um livro que falhou em me emocionar.
Cheguei ao fim de O Luto é a Coisa Com Penas sem o ter conseguido perceber ou ao impacto que tem tido em tantos leitores. É um objeto de coleção muito bonito, mas a abordagem algo experimental ao seu conteúdo falhou em me cativar de igual modo.
Classificação: 2/5 – OK