A Assírio & Alvim publica Bandolim, o mais recente livro de poemas de Adília Lopes, que chega às livrarias nacionais a 20 de outubro. Biografia, memórias, fotografias, aranhas, árvores, cidade, gatos, surgem neste livro onde a autora continua a surpreender. Sobre a sua poesia escreveu, no Jornal de Letras, Valter Hugo Mãe: «A poesia de Adília Lopes surpreende exatamente pelo despido modo de dizer, tornando todas as coisas em pontos de uma enumeração ferida no seu potencial emotivo. O que se diz, por mais importante, impertinente, descarado, íntimo, indizível, torna-se simples e sincero como se ficasse imediatamente destituído da sua característica inicial.» Na Assírio & Alvim estão publicados os livros Manhã, O Poeta de Pondichéry e a poesia completa, em Dobra.
Sobre a autora: Adília Lopes, pseudónimo literário de Maria José da Silva Viana Fidalgo de Oliveira, nasceu em Lisboa, em 1960. Frequentou a licenciatura em Física, na Universidade de Lisboa, que viria a abandonar quando já estava prestes a completá-la. Começa a publicar a sua poesia no Anuário de Poetas não Publicados da Assírio & Alvim, em 1984. Antes disso, em 1983, começa uma nova licenciatura, em Literatura e Linguística Portuguesa e Francesa, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Pelo meio, antes de a terminar, publica o seu primeiro livro de poesia, Um Jogo Bastante Perigoso, em edição de autor (1985). Em 2000 publica Obra, a reunião da sua poesia e, em 2009, Dobra, que amplia a edição anterior com o que foi publicado entretanto, tal como de resto acontece com a presente edição (2014), aumentada e revista. Tem colaborado em diversos jornais e revistas, em Portugal e no estrangeiro, com poemas, artigos e poemas traduzidos.
No próximo dia 20 de outubro, a Assírio & Alvim lança Habitarei o meu Nome, uma antologia de Saint-John Perse, vencedor do Prémio Nobel da Literatura. João Moita foi o responsável pela seleção, introdução e tradução deste livro e, a esse propósito, escreve na introdução: «Uma vista panorâmica como a que se pretendeu dar sobre uma das poesias mais originais e, ao mesmo tempo, mais representativas do século XX tem obrigatoriamente de se constituir sob a égide de uma diacronia prejudicial à sincronia. Mas precisamente devido à inconfundível e inimitável genialidade destes poemas, cada versículo, cada linha aqui antologiados são um espelho tão fiel como fulgurante de uma obra que não conhece limitações tanto ao nível macroscópico como microscópico.»
Sobre o autor: Poeta e diplomata francês, de nome verdadeiro Alexis Leger, nasceu a 31 de maio de 1887, na Ilha de Saint-Léger des Feuilles, oriundo de uma família ancestral francesa, que se havia estabelecido nas Antilhas no século XVII. Aos doze anos de idade mudou-se com a família para França, devido a razões económicas. Em 1910 publicou o seu primeiro livro, Éloges, e tornou-se membro do corpo diplomático. Entre 1921 e 1932, ocupou o posto de secretário ao serviço de Aristide Briand, o vencedor do Prémio Nobel da Paz em 1926. No ano de 1933 foi nomeado secretário-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, mas acabou por ser demitido das suas funções em 1940, por altura da ocupação do país pelas tropas alemãs. Procurando refúgio na Inglaterra, preferiu transpor o Atlântico e fixar residência nos Estados Unidos da América, onde trabalhou como consultor para a Biblioteca do Congresso. Publicou, então, Exile (1942), obra que consolidou a sua reputação como poeta. Foi laureado com o Prémio Nobel da Literatura em 1960. Faleceu em Giens a 20 de setembro de 1975.