Opinião: Histórias de Aventureiros e Patifes | Org. George R.R. Martin e Gardner Dozois

Historias_de_Aventureiros_Patifes_novoEditores: George R.R. Martin e Gardner Dozois
Autores: Neil Gaiman, David W. Ball, Gillian Flynn, Paul Cornell, Scott Lynch, Phyllis Eisenstein, Joe R. Lansdale, Patrick Rothfuss, Connie Willis e George R.R. Martin
Título Original:
Rogues (2014)
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 448
ISBN: 9789896378905
Tradutor: Vários
Origem: Recebido para crítica
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Sinopse: Há personagens malandras e sem escrúpulos cujo carisma e presença de espírito nos faz estimá-las mais do que devíamos. São patifes, mercenários e aldrabões com códigos de honra duvidosos mas que fazem de qualquer aventura uma delícia de ler.
George R. R. Martin é um grande admirador desse tipo de personagens – ou não fosse ele o autor de A Guerra dos Tronos. Nesta monumental antologia, não só participa com um prefácio e um conto introduzindo uma das personagens mais canalhas da história de Westeros, como também a organiza com Gardner Dozois. Se é fã de literatura fantástica, vai deliciar-se! 

Opinião: São raras as coletâneas (ou antologias) publicadas em Portugal dentro do género fantástico/ficção científica, por isso qualquer uma que apareça é motivo de regozijo pessoal. A Saída de Emergência tem apostado em algumas e louvo-a por isso, ainda para mais tendo a ideia de que não serão propriamente dos seus livros mais vendidos. Histórias de Aventureiros e Patifes reúne dez contos de vários autores desafiados por George R.R. Martin e Gardner Dozois, os organizadores da coletânea, para escrever algo precisamente sob o tema “aventureiros e patifes”. É importante notar que esta edição contém apenas 10 contos dos 21 da edição original.

À medida que fui lendo, publiquei as minhas opiniões sobre os vários contos individuais, que podem ler nos links abaixo:

A minha história preferida foi a de Scott Lynch, que me pareceu a mais bem conseguida de todas as que li, a nível de personagens, enredo, escrita e ritmo. Já conhecia o autor de As Mentiras de Locke Lamora, e este conto fez-me reconsiderar ler o resto da série. A Caravana para Nenhures, de Phyllis Einsenstein, foi uma agradável surpresa e gostaria de conhecer mais coisas da autora. Estes dois autores repescaram mundos e personagens protagonistas de outros livros seus e conseguiram criar contos que valem só por si, que funcionam bem tanto para os fãs como para quem ainda não os conhecia. Quanto a mim, esse é um dos maiores problemas de algumas histórias, a de fazerem depender a sua valia do conhecimento prévio do leitor. Penso que o melhor exemplo disto foi a história de Patrick Rothfuss.

Depois, nalgumas das histórias aqui presentes não é muito fácil perceber a ligação com o tema da coletânea, que por ser algo vago dificulta a coerência que permitiria que o conjunto das histórias fosse algo mais do que a soma das partes. Quem sabe se o resto das histórias que ficaram por publicar fariam essa magia.

Em suma, não é um mau livro. Confesso que esperava mais, mas ainda assim foi um livro que me proporcionou variedade e o entrar em contacto com novos autores, o que é sempre positivo.

Classificação: 3/5 – Gostei

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Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.