Autor: Martin Davies
Ano de Publicação: 2008
Editora: Quidnovi
Páginas: 256
ISBN: 9789896282004
Tradutor: Maria do Carmo Figueira
Origem: Recebido para crítica
Opinião: Os livros pedem um tempo certo para serem lidos. Não basta que estejam bem escritos, que tenham um enredo e personagens maravilhosas: se não forem lidos no tempo certo, correm o risco de serem apenas mais um, esquecido em pouco tempo. Acredito que A Linguagem Secreta das Mulheres tenha sido um desses casos para mim. Mas antes de vos explicar porquê, deixem-me falar-vos um pouco sobre o livro propriamente dito.
Estamos perante um romance histórico decorrido no Séc. XIII, que junta histórias de várias pessoas: Antioch, um sábio contratado por Manfredo da Sicília para partir em busca de um animal raro constante num bestiário, de modo a convencer o Papa a reconhecê-lo como rei da ilha; Benedito, o rapaz que acompanha Antioch; Venn, que se junta ao grupo para servir como tradutor nas terras orientais a que se dirigem; Décio, o militar experiente que também participa na expedição; e, por fim, Ming Yueh, uma jovem chinesa que ruma à cidade do Imperador chinês para se casar com um homem que mal conhece e que acaba por se cruzar com o grupo de Antioch.
É nessa viagem para Lin’an que conhecemos a “linguagem secreta das mulheres” (o Nüshu, acerca do qual já tinha lido em O Leque Secreto, de Lisa See), que teoricamente os homens não sabiam interpretar: símbolos que continham mensagens ou recados para outrém, que outra mulher se encarregava de entregar se fosse possível. Estas mensagens eram colocadas em sítios pré-definidos e desapareciam ao fim de pouco tempo, de forma a preservar o seu secretismo.
Boa parte do livro é dedicada às viagens das personagens, rumo aos seus afazeres. Gostei de conhecer um pouco mais sobre as vidas das pessoas na época e mais ainda de o autor ter fugido ao registo europeu (que eu esperaria, sendo ele inglês), proporcionando ao leitor uma visão mais oriental da História. O ritmo da narrativa é bastante lento, e tive alguns problemas com isso; ainda que a escrita me tenha parecido muito bem conseguida, descritiva mas bastante poética, não foi suficiente para agarrar o meu interesse – e foi por isso que demorei quase dois meses a terminá-lo. No terço final do livro, esta questão melhora um pouco e consegui arranjar motivação para chegar ao fim.
Volto agora ao que referi no parágrafo inicial: parece-me que teria apreciado mais este livro noutra fase, em que estivesse mais voltada para leituras com ritmo lento. De momento, estou com necessidade de livros que me agarrem, que não me deixem mesmo quando não estou na sua companhia. Este, infelizmente, não o conseguiu.
Classificação: 2/5 – OK