Autor: Blake Crouch
Título Original: Pines (2012)
Série: Wayward Pines #1
Editora: Suma de Letras
Páginas: 336
ISBN: 9789897220791
Tradutores: João Tordo e Ester Cortegano
Origem: Recebido para crítica
Opinião: Já tinha ouvido falar de Wayward Pines por causa da série televisiva, e constou-me que era realmente interessante. Portanto, foi com naturalidade que os livros que lhe deram origem me suscitaram curiosidade e mais curiosa fiquei quando soube que continha elementos de ficção científica.
Acordamos com Ethan Burke, deitado num relvado perto de um rio. Ethan não faz a mínima ideia de como foi ali parar, apenas que se dirigia à localidade de Wayward Pines para averiguar o desaparecimento de dois colegas de trabalho (também eles agentes secretos), quando teve um acidente de viação. Ethan não demora a chegar a Wayward Pines e a descobrir que é uma localidade estranha, com pessoas estranhas. Não consegue fazer ligações para o exterior, para falar com o seu chefe ou a mulher, não consegue encontrar o seu telemóvel ou documentos e todas as pessoas com quem interage deixam-no ainda mais confuso.
O motor deste livro é a descoberta do que é Wayward Pines. Ethan pressente que alguma coisa de muito errado se passa ali e nós, enquanto leitores, não podemos deixar de concordar. E é por isso que as páginas se vão virando umas atrás das outras e quando nos apercebemos o livro chegou ao final. Entretanto, aí chegados, ficamos a saber muito do que ali se passa e encontramos a explicação para todas as dúvidas que apareceram ao longo do caminho. Gostei que, apesar de este ser o primeiro livro de uma trilogia, tenha tido uma conclusão satisfatória, fechando o ciclo daquilo que encaramos como o acordar da personagem principal para a realidade que a rodeia. Muito dificilmente aguentaria ler apenas esta primeira parte, mas é um livro com princípio, meio e fim.
Achei a escrita de Blake Crouch bastante cinematográfica e direta, não surpreendendo por isso que os livros tenham sido adaptados. Apesar de não muito elaborada, é evocativa e permite ao leitor facilmente acreditar que está ali, em Wayward Pines, a sofrer as dores da descoberta juntamente com Ethan. Não poderia deixar de falar dos temas que acompanham a história, nomeadamente o instinto de sobrevivência levado ao extremo e a adaptação (ou não) do ser humano às exigências que a sobrevivência implica, ainda que comprometam a sua liberdade; são temas que acabam por dar à história mais profundidade.
Posto isto, só me resta recomendar. Já não me falta muito para terminar o 2.º livro, cuja opinião publicarei em breve, e continuo bastante entusiasmada com esta história.
Classificação: 4/5 – Gostei Bastante