Autor: Jorge Amado
Ilustrações: Carybé
Ano de Publicação: 1948
Editora: Bis/Leya
Páginas: 110
ISBN: 9789722020244
Origem: Comprado
Opinião: O amor impossível, essa figura apreciada pelos escritores desde sempre, é a base deste pequeno livro que Jorge Amado escreveu para o seu filho de um ano em 1948, apenas descoberto quase 30 anos depois. Os protagonistas desta história não poderiam ser mais diferentes, e teoricamente seriam mesmo inimigos: um gato e uma andorinha.
O gato malhado e a andorinha Sinhá vivem num parque com uma grande variedade de animais: o gato é carrancudo, pouco dado a amizades, de tal modo que os vizinhos têm quase todos medo dele; a andorinha é uma alma livre, de bem com a vida e muito social, e por isso sente-se intrigada com o gato. Os dois acabam por começar a conversar e sentem cada vez maior afinidade, até que se apercebem que estão apaixonados.
A história de ambos vai sendo contada ao sabor das estações, que têm elas próprias um simbolismo: o amor nasce na primavera, é rápido e feliz no verão, mas o outono e o inverno trazem tristeza e separação. A alegoria é também bastante vincada, na medida em que os animais que rodeiam o gato e a andorinha representam figuras típicas na sociedade e é fácil transpô-las para a vida real, ainda que tenham passado entretanto quase 70 anos.
Penso que a principal mensagem do livro é a importância da aceitação das diferenças e o impacto que a mesma tem no progresso da sociedade. Apesar de ser uma história dada como infantil/juvenil, é um livro que trata temas trasnversais a todas as idades. Gostei do estilo de narração interventiva e também do facto de não ser um conto de fadas ao estilo “viveram felizes para sempre”.
Apesar de todas as qualidades que lhe reconheço a nível de escrita, estilo e conteúdo, ainda assim foi um livro que me deixou um pouco indiferente. Acho que não consigo explicar muito bem isto, para além de dizer que talvez não tenha sido lido na altura mais propícia. Por isso mesmo, um dia farei uma releitura.
Classificação: 3/5 – Gostei