Autor: Paula Hawkins
Ano de Publicação: 2015
Páginas: 336
Opinião: Tenho insistentemente lido sobre este livro desde que começou o ano, especialmente pelas comparações com o famoso Gone Girl. Gostei da premissa e isso foi o suficiente para decidir que quereria lê-lo.
Rachel Watson bateu no fundo: devido aos seus problemas com o álcool, perdeu o emprego depois de já ter perdido o marido. A única coisa que parece dar algum sentido aos seus dias são as viagens de ida e volta a Londres de comboio, durante as quais dá asas à sua fértil imaginação. Há um troço da viagem no qual o comboio para sempre, e nessas ocasiões Rachel tem oportunidade de vislumbrar a vida de duas pessoas que vivem junto à linha. Devido à tal imaginação, Rachel não demora a dar nomes a essas pessoas e a fantasiar sobre as suas vidas, mas num determinado dia vê algo que se pode relacionar com o misterioso desaparecimento de Megan.
A história é contada numa espécie de entradas de diário na primeira pessoa, das perspetivas de Rachel, Megan (a moradora da tal casa) e Anna (a atual esposa do ex-marido de Rachel, que por sinal mora perto de Megan). As entradas de Megan vêm desde o ano anterior ao início da história e vão dando uma perspetiva sobre o que acaba por explicar o seu desaparecimento, enquanto as de Rachel e Anna vão acompanhando o desenrolar dos acontecimentos depois do mesmo.
Este é um livro cheio de personagens com sérios problemas psicológicos, e sinceramente não sei dizer qual a pior. Por isso mesmo, não é fácil identificar-mo-nos com elas ou sentirmos grande empatia. A leitura é relativamente rápida, conduzida pela vontade que o leitor sente em saber o que vai sair dali, mas a partir de certa altura é fácil perceber o que aconteceu a Megan e depois a única questão é saber quais as consequências.
Penso que é um livro com uma boa premissa e com boas ideias, mas que se perde algures pelo meio. A fixação com as vidas alheias de pessoas desconhecidas e a ligação aos comboios por parte da protagonista começam por ser duas ideias que parecem centrais à história, mas rapidamente são esquecidas em detrimento do drama que envolve as personagens e da componente policial da história, e isso não deixou de me saber a desilusão.
Não posso dizer que tenha sido uma má leitura ou que não tenha tido pontos de interesse, mas sem dúvida que esperava algo mais envolvente e com maior impacto. Ainda assim, aguardo por futuras publicações desta autora inglesa.
Classificação: 3/5 – Gostei