Há muito tempo que tenho curiosidade em ler o livro Ender’s Game (O Jogo Final, em português), de Orson Scott Card. Até agora, não se proporcionou, mas surgiu a oportunidade de ver o filme no TVCine; aproveitei-a com a expectativa de ficar com uma boa ideia da história, sempre tendo em vista a posterior leitura.
Ender’s Game é um filme de ficção científica que nos apresenta uma Terra futurista, que vive há decadas na sombra de uma invasão extra-terrestre na qual milhões de humanos morreram, e onde a sua vitória foi arrancada a ferros. Entretanto, fizeram-se escolas de treino de jovens, onde aqueles com as melhores aptidões estratégicas seriam escolhidos para poderem fazer face a próximas invasões. Ender Wiggin é um jovem adolescente sobredotado que consegue rapidamente passar todas as fases de treino, devido às suas capacidades de liderança e pensamento estratégico, ainda que várias vezes ainda demonstre alguma imaturidade.
O filme é engraçado, vê-se bem, mas pouco mais que isso. Achei que a história me foi mostrada com demasiada rapidez e pouco desenvolvimento das personagens, especialmente no que toca à rápida ascensão de Ender: nunca percebi bem o que tinha aquele miúdo de especial, não me conseguiram transmitir que ele fosse realmente uma espécie de “escolhido”. Não sei se isto se deveu ao fraco desenvolvimento das personagens principais, aos diálogos básicos ou ao ator escolhido para o papel. Em relação a outras personagens, gosto muito do Harrison Ford, mas tive dificuldades em vê-lo num papel de “semi-vilão”, porque passei anos e anos a vê-lo no papel de heróis.
A conclusão do filme tem uma reviravolta que me pareceu bem conseguida. O arco narrativo explorado ficou concluído, mas o final deixa perceber que a história não acaba ali. As críticas menos positivas ao filme e as receitas de bilheteira que não foram muito superiores aos custos de produção levam a prever que não haverá sequela.
Li algumas opiniões de leitores do livro, e é mais ou menos unânime que o livro é bastante superior, por conter em si todo o desenvolvimento que, sem o ter lido, achei que faltava no filme. Em jeito de balanço, não posso dizer que não gostei, mas a verdade é que tinha potencial para ser muito mais.