[Opinião] Mar das Especiarias – A Viagem de um Português pela Indonésia, de Joaquim Magalhães de Castro

6493972Autor: Joaquim Magalhães de Castro
Ano de Publicação:
2009
Editora: Editorial Presença
Páginas: 244
ISBN: 9789722341233
Origem: Ganho em passatempo

Sinopse: Mar das Especiarias é um livro fascinante que combina o melhor da narrativa de viagens com uma aventura em busca de uma herança com séculos de existência. Quase quinhentos anos depois de os primeiros portugueses terem chegado às ilhas Molucas, Joaquim Magalhães de Castro embarca numa viagem de contornos e sabores exóticos com o objectivo de seguir o rasto dos nossos antepassados no arquipélago indonésio. O resultado da investigação é um reencontro surpreendente de culturas distantes, mas indubitavelmente partilhadas. Mar das Especiarias é assim uma obra que assume verdadeira importância na divulgação do nosso património colectivo e que se lê com imensa curiosidade e prazer.

Opinião: Ganhei este livro num passatempo, há alguns anos, mas para ser sincera já nem sei porque participei, uma vez que livros de viagens não são propriamente um género que leia com muita frequência, podendo mesmo dizer que se contam pelos dedos de uma mão os que li. Mas sou a favor da diversidade nas leituras e como este ano estou a tentar ler mais coisas de autores portugueses, decidi pegar-lhe.

Mar de Especiarias regista a viagem que Joaquim Magalhães de Castro empreendeu a algumas ilhas indonésias em busca de vestígios da passagem portuguesa, nos séculos XVI e XVII, até terem de lá saído por força da chegada dos holandeses. Não era uma faceta dos descobrimentos portugueses que conhecesse minimamente bem, até porque na escola se destaca mais a chegada às Américas e às Índias, por isso foi com alguma surpresa que comecei a ler este livro e a perceber que, em especial no que toca à herança linguística, a presença portuguesa continua a ter bastante impacto. 

Tratando-se de um país tão distante, foi interessante descobrir que apelidos tipicamente portugueses, por vezes com ligeiras alterações (Silva, Pareira, etc.), estão tão disseminados. Mas outras coisas foram herdadas da passagem portuguesa por aquelas ilhas: música, dança e mesmo traços físicos; infelizmente, das fortalezas portuguesas ou outros edifícios pouco resta para além de algumas ruínas, canhões e sinos. As variadas fotos que acompanham o relato são excelentes e ajudam a visualizar o que vamos lendo.

Foi um livro que comecei a ler com bastante interesse, mas este foi esmorecendo à medida que avançava na leitura. Isto ocorreu devido a diversos fatores, entre eles o facto de estar sempre à espera de uma descoberta com impacto, mas as passagens pelas localidades das diversas ilhas não apresentaram grandes novidades entre si, até que começou a parecer-me tudo mais do mesmo. A grande profusão de nomes de localidades também não ajudou, e apesar de as considerar necessárias acabaram por me baralhar – mesmo tendo em conta a inclusão de um mapa, no início do livro, com a rota da viagem. 

Acabou por me parecer um livro com informações interessantes, mas com um relato que às tantas se torna algo aborrecido pela repetição. Para além disso, o pouco tempo que o autor dedicou à visita a várias localidades (por motivos alheios a si) acabou por não deixar que a investigação tivesse a profundidade e o detalhe desejados e que, como o próprio autor refere, fosse “como se começasse a puxar apenas o fio a uma longa, muito longa meada.

No final de contas, foi uma leitura que valeu pelo que aprendi, mas da qual esperava mais.

Classificação: 2/5 – OK

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Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.