Autor: Laura Esquivel
Título Original: Malinche (2005)
Editora: Biblioteca Sábado
Páginas: 159
ISBN: n.d.
Tradutor: Helena Pitta
Origem: Comprado
Opinião: Parti com este livro com baixas expectativas, confesso. As opiniões que li não eram propriamente muito entusiásticas, por isso peguei neste livro com um pé atrás. Às vezes acontece a minha opinião não condizer com a da maioria, mas neste caso acabei mesmo por não gostar muito do livro.
Conhecia vagamente a personagem de Malinalli de Aztec, de Gary Jennings (que em Portugal foi publicado em dois volumes, Orgulho Asteca e Sangue Asteca); sabia que tinha sido a intérprete de Córtez aquando da chegada do explorador espanhol ao território que hoje é o México, que tinha tido um papel fundamental na comunicação entre exploradores e indígenas, e que, mais tarde, tinha acabado por ter uma relação com Córtez. Mas não sabia mais, e esperava que depois de ler este livro ficar um pouco mais elucidada sobre quem foi esta personagem.
Laura Esquivel optou por uma abordagem espiritual e deífica em relação a Malinalli e aos eventos históricos em que esteve presente. Na verdade, os deuses e a influência que estes tinham nas pessoas e no seu destino são um dos temas centrais desta história, porque a sua personagem principal é crente, tal como as outras pessoas do seu povo. A conciliação dessa imagem dos vários deuses com o Deus único trazido pelos espanhóis é também um desafio que ajuda a definir a personagem.
Não se espere um relato muito detalhado sobre a chegada dos espanhóis a terras mexicanas; não sei até que ponto a reconstituição histórica é fiel, porque é um assunto sobre o qual sei muito pouco, mas de qualquer modo acaba por ser apenas uma contextualização e está longe de ser o centro do livro. Acho que foi esta a minha maior desilusão: esperava um relato com mais pendor histórico e menos esotérico. A linha temporal algo confusa também não ajuda; há constantes saltos no tempo, em que a personagem principal relata episódios da sua infância, que o leitor demora a situar. Mas houve coisas de que até gostei: a escrita de Laura Esquivel é agradável e algumas passagens são bonitas; a relação entre Malinalli e Córtez não foi romanceada e, por isso, torna-se mais realista.
No cômputo geral, não foi um livro que recordarei por muito tempo. Tem os seus pontos de interesse, mas as minhas expectativas e o meu gosto pessoal fizeram com que esta fosse uma leitura pouco memorável.
Classificação: 2/5 – OK