Autor: V.C. Andrews
Título Original: Flowers in the Attic (1979)
Série: Dollanganger #1
Editora: Quinta Essência
Páginas: 400
ISBN: 9789897261442
Tradutor: Filipa Aguiar
Origem: Comprado
Opinião: Herdeiros do Ódio já havia sido publicado em Portugal em 1992 pelo Círculo de Leitores, mas eu nunca tinha ouvido falar deste livro. O filme de 2014 que adapta esta história foi o pretexto para uma nova tradução da Quinta Essência e algumas opiniões positivas que fui lendo, aliadas à sinopse intrigante, foram o empurrão de que necessitava para sentir vontade de ler este livro.
Os irmãos Cathy, Chris, Cory e Carrie (estes dois últimos gémeos) vêm-se órfãos de pai em tenra idade; a sua mãe, Corrine, não consegue arranjar forma de os sustentar e por isso decide regressar a casa dos pais com as crianças. Mas Corrine havia saído de casa em conflito com o seu rico pai e precisa de voltar a ganhar a sua confiança de modo a poder herdar a fortuna assim que o pai falecer. Estas pretensões seriam goradas se o pai soubesse da existência dos seus filhos, por isso Corrine coloca as quatro crianças num quarto de uma ala pouco usada da mansão, que apenas tem comunicação com um sótão, onde elas deverão ficar escondidas até o avô falecer e Corrine ter finalmente meios para os sustentar condignamente.
Entretanto, a parca alimentação fornecida aos irmãos é-lhes trazida pela avó, uma figura austera e beata, que não possui em si qualquer noção de carinho ou amor em relação aos netos. Corrine vai aparecendo para visitar os filhos, cada vez com menor frequência, mas sempre prometendo que a sua saída da reclusão está para breve, enquanto os dias se vão transformando em meses e os meses em anos.
Tenho dificuldades em dizer que gostei deste livro. Se pensar na aversão que senti em relação àquela avó e àquela mãe, então posso dizer que a autora foi muito bem sucedida em apresentar-me o desespero, a maldade e a crueldade. Sofri com os miúdos, ansiei que se livrassem daquela prisão e odiei aquelas duas mulheres que só conseguiam olhar para o próprio umbigo.
Achei a escrita muito básica e às vezes até um bocado sofrível. Eu sei que a história é contada na primeira pessoa por Cathy, que é uma adolescente, e por isso o tom teria de ser por vezes um bocado juvenil, mas sinceramente penso que a escrita é mesmo o ponto mais fraco deste livro. Depois, achei o desenlace previsível. Fiquei sempre à espera de um momento chocante, com alguma revelação inesperada, mas já estava à espera do que na verdade acabou por acontecer.
Compreendo por que motivos Herdeiros do Ódio fez furor aquando do seu lançamento: conta uma história terrível e a descoberta sexual é um tema tratado sem grandes pudores. A mim chocou-me amiúde, mas penso que o impacto teria sido maior se lido há alguns anos, noutra fase da minha vida. Agora, mesmo não tendo sido um livro que me deixasse indiferente, não foi uma leitura que me fascinou ou marcou.
Classificação: 3/5 – Gostei