Autor: Mário Augusto
Ano de Publicação: 2006
Editora: Prime Books
Páginas: 248
ISBN: 9789898028167
Origem: Comprado
Opinião: Nos idos de 2005, li e gostei do primeiro livro publicado pelo jornalista de cinema Mário Augusto, uma cara que nos habituámos a ver na tv entrevistando atores e outras pessoas conhecidas do cinema. Esse livro, Nos Bastidores de Hollywood, fazia um apanhado de algumas das entrevistas mais marcantes que o jornalista tinha feito, acompanhado das suas visões sobre os entrevistados e o relato de alguns episódios engraçados que envolveram essas ocasiões. Foi com naturalidade que adquiri o segundo livro que o jornalista publicou no ano seguinte, mas por um ou outro motivo que não consigo explicar fui adiando a sua leitura e só volvidos 8 anos é que finalmente me decidi a lê-lo.
No início de Mais Bastidores de Hollywood, Mário Augusto revela o seu desejo de “arranjar uma fórmula que permitisse ao leitor perceber que este novo livro não era simplesmente mais do mesmo” e o que fez nesse sentido foi intercalar os capítulos dedicados a entrevistas a atores e realizadores famosos com outros que falam sobre os primórdios do cinema e de várias curiosidades sobre a evolução da sétima arte, com particular destaque para o que se foi passando nos Estados Unidos da América. E, se foi refrescante esta tentativa de apresentar algo de novo, um diferente valor acrescentado, confesso que a interligação entre as duas abordagens me pareceu falhar, porque dei por mim a tentar perceber perceber se estava a ler um livro sobre história do cinema ou sobre algumas (interessantes) estrelas de Hollywood e as suas visões sobre a profissão que escolheram. Tentando as duas abordagens em simultâneo, sem pontes de ligação óbvias, pareceu-me sinceramente que Mário Augusto não teve o sucesso pretendido.
Mas, independentemente do que referi, gostei de ler sobre a história do cinema; aprendi bastante sobre os primórdios do aparecimento de uma arte que hoje nos parece garantida mas que teve de percorrer um longo caminho para ter chegado ao estado em que hoje a conhecemos, não só a nível técnico mas também no que se refere à forma como as histórias foram sendo contadas. Também a secção das entrevistas é interessante e gostei particularmente de ler os capítulos dedicados a Emma Thompson, Judi Dench, Matt Damon e Julie Andrews.
Tenho também de referir a desatualização de alguns aspetos referidos nos capítulos das entrevistas, não só por situações a nível pessoal/profissional dos entrevistados que entretanto se alteraram, mas também porque à distância de 8 anos estão em falta coisas importantes que foram sucedendo. Neste aspeto, faço o mea culpa por não ter lido o livro na altura em que foi lançado e o comprei.
Resumindo, todo o conteúdo do livro é bastante interessante, mas falha a ligação entre as duas abordagens que o jornalista decidiu adotar na sua composição, para além de que alguns aspetos das entrevistas se encontram datados. Contudo, não deixa de ser uma leitura curiosa dentro da área do cinema e da qual não me arrependo.
Classificação: 3/5 – Gostei