Autor: James Frey e Nils Johnson-Shelton
Título Original: Endgame: The Calling (2014)
Série: Endgame #1
Editora: Editorial Presença
Páginas: 464
ISBN: 9789722353984
Tradutor: Maria João Afonso
Origem: Ganho em passatempo
Opinião: Endgame – A Chamada é um livro que tem insistentemente sido comparado à série “Os Jogos da Fome”, pelo género em que se insere (ficção científica para jovens adultos) e pelo facto de o enredo contar com uma luta violenta que se irá desenrolar entre 12 jovens. Percebo a referência – que poderá servir tanto para denegrir este livro como uma mera imitação como para fazer com que seja falado e, consequentemente, lido – mas o que me interessou nesta história foi a sua premissa, antes de ter traçado qualquer comparação. Afinal de contas, haverá poucos temas ou elementos de enredo na ficção que não tenham ainda sido utilizados, pelo que mais do que conceitos base interessa ver o que se faz com eles.
Neste livro, parte-se da premissa de que a humanidade foi criada por seres alienígenas há 12.000 anos, altura em que apareceram seres humanos de 12 linhagens diferentes. Desde então, ficou o aviso que um dia seria jogado o Endgame, pelo que cada uma dessas linhagens deveria ter o seu Jogador, com idade entre os 13 e os 20 anos, pronto a entrar nesse jogo mortífero, que decidiria qual das linhagens permaneceria viva. A caída de vários meteoritos em diversos pontos do globo é como que uma convocatória aos vários jogadores que Endgame irá começar, e depressa descobrem que o jogo consistirá em encontrar 3 chaves escondidas em todo o planeta.
Este primeiro volume do que se prevê ser uma trilogia trata da busca pela primeira dessas três chaves, a chave da Terra. A estrutura adotada é a de múltiplos pontos de vistas de entre os vários Jogadores, apesar de alguns terem mais destaque que outros, em especial a rapariga norte-americana, Sarah Alopay. Para encontrar a primeira chave, os vários Jogadores formam várias (instáveis) alianças entre si à medida que vão avançando na sua demanda.
A escrita é bastante cinematográfica, sem grandes floreados. Penso que os autores decidiram focar-se no conteúdo e não na forma, o que não sendo necessariamente mau poderia funcionar contra eles caso o enredo não fosse muito interessante. Se é interessante? Tem os seus momentos. Achei a premissa da história cativante, especialmente no que se refere à nova mitologia da criação da humanidade e das civilizações, mas nem sempre me pareceu que a história tenha sido desenvolvida de uma forma equilibrada, com as doses certas de ação, presença de enigmas e desenvolvimento de personagens. Por vezes, o foco na ação e na sucessão de enigmas é tão premente que não dá espaço a esse tal equilíbrio. Mas lê-se com interesse e o final ganha alguns pontos por não ser completamente previsível.
Duas notas antes de terminar a opinião: mexeu-me com os nervos as opções do tradutor/revisor deste livro relativamente a medidas. Confirmei que são os próprios autores que umas vezes falam em centímetros e outras em pés, mas para um leitor português falar-se em pés é a mesma coisa que nada, porque raros serão aqueles que tenham presentes a conversão para centímetros/metros. Por outro lado, há demasiadas notas de rodapé e algumas delas bastante inúteis como uma que contém apenas um link para uma página da wikipedia.
A segunda nota é que está a decorrer um concurso a nível internacional, em que o prémio é 500.000$ em ouro, sendo que algumas pistas poderão ser encontradas no próprio livro.
Classificação: 3/5 – Gostei