Autor: Ursula K. Le Guin
Título Original: Tehanu (1990)
Série: Terramar #4
Editora: Editorial Presença
Páginas: 224
ISBN: 9789722329514
Tradutor: Carlos Grifo Babo
Origem: Comprado
Opinião: Tehanu – O Nome da Estrela tem início pouco depois dos acontecimentos finais de A Praia Mais Longínqua, e volta à ilha de Gont onde Tenar (que conhecemos no segundo volume) viveu desde que deixou Atuan. Ficamos a saber que levou uma vida normal, tendo casado e sido mãe de dois filhos e vivendo agora como viúva. Dois acontecimentos alteram a sua rotina: primeiro, uma menina vítima de maus tratos fica sob sua proteção e depois vê regressar Gued, trazido por um dragão depois das provações por que passou.
Desde o início que este livro me pareceu, ao contrário dos três anteriores, mais centrado nas suas personagens e desenvolvimento pessoal do que propriamente nos acontecimentos deste mundo imaginário. E achei que isso era bom sinal, porque sinceramente foi algo de que achei falta antes. Claro que os acontecimentos exteriores continuam a influenciar as personagens, em especial a buscar por um novo arquimago, já que o antigo – Gued – perdeu completamente os seus poderes e ainda está a tentar encontrar o seu novo papel.
Desde cedo percebemos que Therru, a menina deformada, terá um papel importante na história. As pessoas que lhe fizeram mal continuam a persegui-la e a curiosidade sobre quem ela é ou o que poderá fazer é um dos principais motivos de interesse da história. O outro é a aceitação de Gued sobre quem é atualmente e a ajuda que Tenar lhe dá nesse aspeto.
De certo modo, notam-se os 17 anos decorridos entre a escrita do 3.º e o 4.º volumes. Digo isto porque me parece que Ursula K. Le Guin estava aqui mais interessada não em concluir a história mas antes em dar um final (feliz) às suas personagens principais. Por outro lado, acaba por ser um livro mais adulto do que os anteriores, mais que não seja porque os seus protagonistas também o são e os próprios temas (com destaque para o feminismo e a intemporalidade do amor) são tratados com uma outra sensibilidade. A ação também é consideravelmente reduzida, tornando o livro mais introspetivo. Posso dizer que este foi o meu preferido dos quatro, isto apesar da previsibilidade do enredo e dos vilões risíveis.
O Ciclo de Terramar conta ainda com mais dois volumes: Tales from Earthsea (2001), um volume que inclui contos e ensaios relacionados com este mundo e também Num Vento Diferente (2005), já publicado em Portugal. Gostei dos quatro volumes que li, mas não o suficiente para investir mais do meu tempo nesta série. Contudo, penso ser uma boa opção para jovens adultos (ou adultos que gostem do género) que estão a iniciar-se no mundo da fantasia.
Classificação: 3/5 – Gostei