Autor: Ursula K. Le Guin
Título Original: A Wizard of Earthsea (1968)
Série: Terramar #1
Editora: Editorial Presença
Páginas: 184
ISBN: 9789722328173
Tradutor: Carlos Grifo Babo
Origem: Comprado
Opinião: Apesar de a série “Terramar” vir catalogada como tendo público-alvo os jovens adultos, a minha expectativa era imensa. Por dois motivos: porque a sua autora é a Ursula K. Le Guin (de quem adorei Os Despojados e O Tormento dos Céus) e porque várias pessoas em cuja opinião confio leram e gostaram bastante.
“Terramar” é uma das séries mais famosas dentro do género fantástico, e este seu primeiro volume é, penso eu, a típica fantasia que inclui um extenso worldbuilding (apesar de ser um livro curto), uma personagem central que vai percorrendo vários locais deste mundo imaginário, e a magia como um dos pontos fulcrais do enredo. Percebo agora também algumas comparações feitas entre este livro e a série “Harry Potter”, já que, pelos vistos, este foi o livro que introduziu a ideia de escola de feitiçaria.
O protagonista desta história é Gued (não concordo com a alteração em relação ao original Ged, mas percebo que o tradutor quis que “disséssemos” o nome como a autora pretendeu), um jovem oriundo de uma das ilhas de Terramar conhecida por ser berço de alguns feiticeiros de renome, que desde cedo se sente atraído com as possibilidades que a magia lhe oferece. De tal modo que decide entrar numa escola para feiticeiros, longe de casa, onde passa alguns anos a aprender as várias vertentes da arte. Só que a sua juventude e imaturidade levam-no a praticar magia perigosa, o que resulta na sua quase morte e no despertar de uma sombra, que se transforma no arqui-inimigo de Gued. A sombra torna-se na sua própria sombra, perseguindo-o para onde ele vai, sem que o nosso protagonista consiga arranjar maneira de a eliminar definitivamente.
Em Terramar, as palavras têm uma importância fundamental. Todas as coisas têm um nome e as pessoas têm normalmente um segundo nome, pelo qual são conhecidas, porque saber o primeiro nome de alguém faz com que se tenha poder sobre essa pessoa. Gued quer descobrir o nome da sombra, porque pensa que esta é a única forma de a eliminar.
Tenho de confessar que estava à espera de ficar mais arrebatada por esta história. A escrita é muito boa e evocativa (como já estava à espera) e o worldbuilding notável para um livro deste tamanho, mas penso que este último fator acaba por roubar um pouco de “tempo de antena” ao desenvolvimento da personagem principal e da sua relação com as secundárias, tornando-a assim um pouco menos empática do que eu desejaria. Os próprios acontecimentos em seu redor parecem, por vezes, decorrerem demasiado depressa. O final, contudo, é muito interessante e todo o tratamento que Ursula K. Le Guin dá ao tema da evolução do ser humano através da aceitação do passado e das suas características mais negras é digno de nota.
Sem ter sido uma leitura arrebatadora, foi suficientemente interessante para me deixar intrigada em relação ao que se segue.
Classificação: 3/5 – Gostei