Autor: Ursula K. Le Guin
Título Original: The Farthest Shore (1972)
Série: Terramar #3
Editora: Editorial Presença
Páginas: 208
ISBN: 9789722329019
Tradutor: Carlos Grifo Babo
Origem: Comprado
Opinião: O enredo de A Praia Mais Longínqua tem início cerca de 20 anos após os eventos que tiveram lugar no volume anterior. Vamos encontrar Gued já como Arquimago de Roke (uma espécie de feiticeiro-mor de Terramar), a receber uma visita do jovem Arren, que lhe traz a mensagem enviada por seu pai, na qual relata a existência de vários sinais a sul do território que mostram que a magia está a perder força e, na pior das hipóteses mesmo a desaparecer.
Gued decide partir e levar com ele Arren, não sabendo para onde nem em busca do quê, mas pressentindo que terá de fazer essa viagem e que os sinais indicadores irão surgindo no decorrer da mesma. Esta viagem leva-os (e a nós, leitores) por vários locais de Terramar, uns já conhecidos e outros nem por isso. Apesar de a demanda ser bastante dispersa geograficamente, acaba por se revelar não só uma viagem física mas também espiritual, no sentido em que Gued, já mais maduro e sábio, parece finalmente encontrar o sentido para a sua existência, e Arren – personagem cujo ponto de vista predomina – eleva-se para além da mediania que ele próprio considerava ser uma característica sua.
É um livro com uma componente filosófica forte, cujo grande tema acaba por ser a dicotomia vida-morte e a inevitabilidade desta última. Isto acaba por se refletir num ritmo mais pausado, que por vezes achei que funciona muito bem tendo em conta o tema do livro, e noutras achei que o tornava demasiado monótono. Em relação à escrita de Ursula K. Le Guin, já pouco mais há a acrescentar, e para mim é mesmo o ponto alto destes livros.
Parto, assim, para o quarto volume da série com expectativas moderadas e alguma curiosidade em relação ao que se segue.
Classificação: 3/5 – Gostei