Autor: Graeme Simsion
Ano de Publicação: 2013
Série: Don Tillman #1
Páginas: 327
Origem: Empréstimo
Opinião: Este era um livro que vinha muito bem recomendado e cheguei mesmo a incluí-lo numa das listas Top 10 que elaborei (Livros que quero muito ler mas ainda não tenho). A vontade de o ler era enorme, pelas recomendações e especialmente pela premissa, porque gosto bastante de ler sobre inadaptados e o Síndrome de Asperger é uma condição cuja análise me parece sempre interessante. Aliás, antes de começar este livro esperava uma experiência do género da que tive com O Estranho Caso do Cão Morto.
Don Tillman é um perito em genética que sofre do Síndrome de Asperger e pauta a sua vida pela lógica e organização, mesmo nos pequenos detalhes. O funcionamento da sua mente é desprovido de emoção, mas às tantas decide que, aos 40 anos, está na altura certa para casar e, por isso, inicia o que ele chama o The Wife Project. Este projeto inclui um questionário com uma série de perguntas às quais as candidatas terão de responder, devendo a eleita ser aquela que corresponder a uma boa parte das perguntas da forma que Don considera ser compatível com a sua personalidade e estilo de vida.
Às tantas, durante o projecto, Don conhece Rosie, que à partida seria automaticamente excluída da hipótese de se tornar esposa de Don, mas o que é certo é que os dois começam a passar algum tempo juntos e Don percebe que, apesar de várias características da personalidade dela que ele considera serem defeitos, gosta de passar tempo com Rosie e o desenvolvimento da história não é difícil de adivinhar.
A previsibilidade do final do livro era algo com que já contava desde que iniciei a leitura, mas ainda assim estava disposta a aceitá-la se o caminho para chegar ao dito final me cativasse. Infelizmente, tal não aconteceu. Comecei por achar alguma piada à personagem de Don e a algumas desventuras com que se deparou devido às características da sua personalidade e ao projeto que iniciou, mas às tantas o livro começou a incomodar-me um bocado por dois motivos: primeiro, o tom humorístico, que é tido como um dos grandes trunfos deste livro, pareceu-me relativizar em demasia o que é viver-se com este síndrome. Achei, por assim dizer, que o assunto é tratado com demasiada leveza e esse tom cómico tira um pouco de realismo à personagem e à história. Em segundo lugar, toda a questão de Don mudar para conseguir conquistar Rosie mexeu-me um bocado com os nervos. Sou da opinião que sim, é necessário adaptarmo-nos ao outro e alterar uma ou outra coisa, mas se essas alterações tiverem de ser demasiado profundas, de tal modo que se perde a identidade, não me parece que a situação seja, de todo, ideal.
Admito que é um livro com uma premissa original e com ingredientes que podem facilmente cativar vários leitores, mas os aspetos que enumerei acima influenciaram pela negativa a experiência de leitura.
Classificação: 2/5 – OK