Autor: Henry James
Título Original: Washington Square (1880)
Editora: Europa-América
Páginas: 143
ISBN: 9789725302712
Tradutor: Isabel Veríssimo
Origem: Comprado
Opinião: No ano passado, li o meu primeiro livro de Henry James: Daisy Miller acabou por ser uma espécie de desilusão pois, apesar de ter gostado da escrita, não fiquei cativada pelas personagens ou pelo enredo. Washington Square é a segunda tentativa com este autor clássico e, se posso dizer que aqui fiquei mais bem impressionada, nem por isso posso dizer que o autor me convenceu completamente.
Na primeira metade do século XIX, encontramos o médico Austin Sloper, um nova-iorquino honesto e trabalhador, que conseguiu subir na vida à custa do seu trabalho. Tudo corria bem na vida do Dr. Sloper, até que a sua esposa falece devido a complicações pós-parto, deixando-o apenas com uma filha, Catherine. Sloper tinha muitas expectativas para o futuro da sua filha, mas esta acaba por ser tudo menos aquilo que desejava: é uma rapariga mediana a todos os níveis, que peca pela sua parca inteligência e pelo aspeto físico pouco marcante.
Apesar disso, Catherine suscita o interesse de um jovem atraente, mas de passado e intenções duvidosas: Morris Townsend, que, com a ajuda da tia de Catherine, começa a cortejar a jovem e pretende casar com ela, ainda que Dr. Sloper nunca acredite nos sentimentos de Morris pela filha e se recuse a aceitar a relação. É em volta da relação de Catherine e Morris que a história gira, apesar de todo o livro lidar com expectativas falhadas e isso ser transversal às várias relações que o livro vai descrevendo.
Mais uma vez, gostei bastante da escrita de Henry James: clara, precisa e muitas vezes com um toque de humor, é difícil não ficarmos cativados pela sua prosa e capacidade de caracterização de personagens e situações. Não posso dizer que tenha adorado nenhuma das personagens, mas senti alguma simpatia pela ingenuidade e resiliência de Catherine. Também não achei que o enredo fosse particularmente cativante; é uma história que se vai lendo com interesse, mas pouco mais que isso.
Em suma, é um livro que se lê bem (apesar de esta edição ter um tamanho de letra que desafia qualquer leitor), com vários pontos de interesse, uma boa escrita, mas que julgo não ser suficientemente marcante. Leio por aí que não será a melhor obra do autor e por isso conto ainda dar-lhe mais algumas oportunidades (tenho para ler Os Europeus e, em e-book, What Maisie Knew).
Classificação: 3/5 – Gostei