Autor: J.D. Robb
Ano de Publicação: 1999
Série: In Death #8
Páginas: 496
Opinião: No oitavo livro da série In Death, Eve Dallas vê-se perante o caso de um sem-abrigo que aparece morto na rua, sem o coração que lhe foi cirurgicamente retirado. A estranheza da situação leva Eve a desconfiar que esta morte tem mais do que parece à primeira vista e não demora a descobrir referências de casos semelhantes no país e noutros locais do mundo. Ao mesmo tempo, Eve tem alguns problemas no emprego, uma vez que entra em conflito com uma colega que, eventualmente, leva a que Eve perca o seu distintivo e tenha de abandonar temporariamente o seu trabalho como detetive.
O caso policial deste livro aproveita melhor os avanços tecnológicos do ano 2059 do que casos de livros anteriores, mergulhando em temas médicos que levantam várias questões morais, nomeadamente a nível de transplantes. O caso é complexo, pela multiplicidade de desenvolvimentos e pessoas envolvidas, e interessante pelos temas que foca, mas tem o defeito de ter, outra vez, várias vítimas e de apresentar uma resolução que coloca, outra vez, Eve em perigo no final. Se calhar o problema é meu por estar a ler a série de rajada, mas mesmo assim é difícil não começar a ter a sensação de “mais do mesmo”.
A melhor parte do livro é, sem dúvida, a fase em que Eve perde o seu distintivo de detetive, com as consequências devastadoras que este acontecimento tem para ela. Eve sempre apareceu como uma personagem forte e dura, apesar de todos os seus traumas passados, mas aqui conhecemos-lhe uma vulnerabilidade sem precedentes por ter perdido – ainda que temporariamente – aquilo que ela considera ser a sua força, o que a fez quem é. Penso que foi um momento que permitiu à personagem crescer. Para além disso, Eve começa também a recordar mais coisas sobre o seu passado e a sombra da sua mãe desconhecida começou a pairar aqui e ali, deixando adivinhar que este é um tema a que vamos regressar.
Continuo a gostar bastante da série, apesar de talvez ser boa ideia tentar espaçar mais as leituras, de modo a que a tal sensação de “mais do mesmo” se desvaneça.
Classificação: 3/5 – Gostei