Autor: Hugh Howey
Ano de Publicação: 2013
Série: Silo #2
Páginas: 608
(aviso: esta opinião contém pequenos spoilers em relação ao primeiro livro)
Opinião: Porque O Silo deixa várias pontas soltas e porque gostei imenso do primeiro volume da trilogia, parti de imediato para a leitura do segundo. Em Shift, Hugh Howey recua no tempo, até meados do século XXI, quando a origem dos silos começou a ganhar forma. A primeira parte do livro acompanha Donald, um congressista que vê o seu mentor convidá-lo para fazer parte de um projeto secreto, originado devido a uma ameaça terrorista/nuclear do Irão. Os capítulos sob o ponto de vista de Donald são intercalados com outros onde a personagem central é Troy, já quando os silos se encontram construídos e a funcionar em pleno, que acorda de um sono de anos para desempenhar as funções de supervisor num dos turnos que são levados a cabo no Silo 1. Este silo controla e supervisiona o funcionamento dos restantes silos e é, também, o local onde se tomam as decisões tão complicadas como “deitar abaixo” um silo que apresente problemas considerados irresolúveis.
A segunda parte do livro avança 100 anos em relação à primeira, e recupera várias personagens no Silo 1, enquanto acompanha também um jovem residente no silo 18 (o silo do primeiro livro), Mission, numa altura em que este se encontrou à beira do colapso por causa de uma sublevação. A terceira e última parte de Shift começa, em termos temporais, apenas alguns anos antes dos acontecimentos do primeiro volume da série, recuperando a história de Solo (o habitante do Silo 17), e sobrepondo-se temporalmente aos acontecimentos do livro anterior.
Quem ficou curioso para saber qual a origem dos silos, deverá ficar bastante satisfeito com este livro. Basicamente, todas as questões são respondidas: quem, quando, como e porquê. O livro tem um pendor mais político e conspiracional que o seu antecessor, mas nem por isso é menos interessante. Acaba por ser um livro de revelação onde o anterior criou suspense, e, apesar de o efeito no leitor ser diferente, é igualmente uma leitura que vale a pena, especialmente para quem gostou do primeiro volume. Onde diria que fica a perder é nas personagens: para dizer a verdade, não me cativaram tanto como Juliette, e acho mesmo que Donald, apesar de ser uma personagem que cria empatia com o leitor por se ver num papel circunstancial (que pode ou não ser atribuído à sua vontade) e cuja conduta fica numa zona um pouco cinzenta, por vezes a quantidade de autopiedade acaba por tornar-se cansativa.
Sem dúvida que este livro, apesar de ser uma prequela, deve ser lido depois de “O Silo”, uma vez que lido antes estragaria vários detalhes e o suspense que aquele livro traz consigo. Penso que é uma continuação que deverá satisfazer quem gostou do primeiro livro; pessoalmente, a leitura foi viciante e a forma como termina fez-me ansiar pela leitura do terceiro e último volume, Dust.
Classificação: 4/5 – Gostei Bastante