Autor: Robin Hobb
Ano de Publicação: 2013
Série: Realms of the Elderlings #0.5
Páginas: 160
Opinião: Enquanto espero ansiosamente a publicação de Fool’s Assassin, primeiro volume de uma nova trilogia passada nos Seis Ducados, decidi matar as saudades de um dos meus mundos fictícios preferidos e ler esta novela que funciona como uma prequela aos livros já publicados neste universo. É uma prequela no sentido em que decorre vários anos antes dos acontecimentos já nossos conhecidos, mas a sua leitura não é essencial para a compreensão daqueles. Na verdade, acho que é até melhor ler esta novela a posteriori, em especial após a trilogia Tawny Man (O Regresso do Assassino, em português), onde, segundo me lembro, alguns dos acontecimentos desta novela são referidos.
A novela está dividida em duas partes, tendo cada uma delas como protagonista a princesa Caution e o seu filho, o príncipe Piebald. A história é narrada por uma aia do castelo, Felicity, companheira da princesa Caution desde tenra idade, que é a herdeira única do trono Farseer (Visionário). A princesa tem um feitio muito particular, prezando a sua independência e vontade própria e fugindo às regras da corte sempre que pode. E é assim que se apaixona por um plebeu possuidor do Wit (Manha), que lhe dá a capacidade para criar um forte vínculo com os animais, sendo o seu animal de vínculo um cavalo malhado. Esta relação dá origem ao príncipe Piebald, um rapaz perfeitamente normal não fosse ele próprio ter parte do seu corpo malhado. E é assim, num tom de conto de fadas negro, que o leitor conhece a história trágica destas duas pessoas e os acontecimentos que fizeram com que a Manha fosse uma habilidade tão mal vista na época do Fitz.
Apesar de ter, como sempre, apreciado bastante a escrita da Robin Hobb e de ter gostado de conhecer mais sobre a história dos Seis Ducados, esta história desiludiu-me. Não houve aqui nenhuma personagem de quem tivesse realmente gostado, começando pela narradora. Felicity não tem nenhuma característica com a qual tivesse simpatizado: é influenciável, pouco inteligente e banal. A única coisa que talvez a redime é o tom de arrependimento com que vai relatando a (má) influência que teve no desenrolar dos acontecimentos. Ambos os príncipes pareceram-me personagens interessantes, mas como nos são apresentados pelos olhos de Felicity, a sua caracterização acaba por sofrer com isso.
Ainda assim, foi uma leitura agradável e que tem o grande bónus de presentear os fãs deste universo com mais conhecimento acerca do mesmo.
Classificação: 3/5 – Gostei