Autor: Lucinda Riley
Título Original: The Girl on the Cliff (2011)
Editora: Edições Asa
Páginas: 528
ISBN: 9789892318448
Tradutor: Ana Sofia Pereira
Origem: Comprado
Opinião: Há 2 anos estive em Londres e nas minhas deambulações pelas várias livrarias locais, deparei-me frequentemente com o nome de Lucinda Riley nos escaparates dos livros em destaque. Desde essa altura que o nome da autora me ficou na cabeça, e depois de alguma investigação sobre os seus livros e, em especial, por algumas comparações com Kate Morton, decidi comprar este livro.
Grania Ryan é uma irlandesa que se estabeleceu em Nova Iorque como escultora de sucesso, mas no início do livro encontra-se de volta à terra natal com o coração partido por um filho recém-perdido e uma relação terminada. Num dos seus passeios pela zona, encontra uma menina peculiar, Aurora, o elemento mais novo de uma família com tradições locais, os Lisle. Grania percebe facilmente que Aurora se sente carente pela perda recente da mãe e a natureza cativante da criança aliada à sua sensibilidade conquistam o coração de Grania. No entanto, a mãe de Grania não vê com bons olhos o envolvimento da filha com os Lisle, pelo passado comum de vários membros da família e que, na maioria das vezes, não terminou bem. E, assim, voltamos atrás no tempo para conhecer a história de Mary, a bisavó de Grania, que durante a Primeira Guerra Mundial trabalhou em Londres para um elemento da família Lisle e, também ela, estabeleceu uma relação forte com Anna, uma menina adotada e criada pela família. Mas este recuo no tempo, apesar de ter um tamanho considerável em termos de páginas, é único. Quando o leitor é “devolvido ao presente”, é para ficar.
O livro inicia-se e é intercalado com capítulos curtos nos quais Aurora é a narradora. Supostamente, é ela que está a escrever a história que lemos e vai, aqui e ali, fazendo comentários sobre os acontecimentos que relata. Não gostei muito desta opção da autora porque tive problemas com a autenticidade da personagem, especialmente por me ter parecido sempre mais adulta do que a sua idade real (mesmo descontado o facto de se lhe referir como uma “alma velha”).
Foi uma leitura que me cativou até cerca de dois terços do livro. Penso que a autora consegue criar uma atmosfera algo assustadora com as “aparições” da mãe da Aurora e com a atração que a menina sente pelo esotérico. A componente histórica do enredo também foi bastante interessante (talvez a melhor parte do livro, na minha opinião), mas achei estranho que antes de este relato começar se faça referência a cartas de Mary e depois a história não seja narrada de forma epistolar, mas sim em texto normal.
O que começou a fazer-me perder o interesse foi não só o tom novelesco que a história assume a partir de determinado momento, mas essencialmente a sua previsibilidade. Eu tinha a ideia que era bastante má a perceber indícios e a adivinhar acontecimentos, por isso ou entretanto fiquei bem melhor nesse aspeto ou então Lucinda Riley foi bastante óbvia. Não deixou de ser uma leitura agradável, por vezes viciante, mas é daqueles livros em que, quanto mais penso na história, mais defeitos encontro e menos me parece ter gostado. Por isso, considero-o um livro bom para entreter, mas que, no final de contas, acabou por não corresponder completamente às minhas expectativas.
Classificação: 3/5 – Gostei